sábado, 17 de dezembro de 2011

Kitsch,

Chegamos ao fim do ano, e daí, o tempo não passou rápido não, ontem era ontem e não 10 meses atrás. Mais um ano de alguns fracassos e muito trabalho e mais conhecimento. Eu não quero voltar aos 20 pois era uma estúpida disse Madonna, mas certamente você se divertia, veja com bons olhos seu passado, senão você vai parecer mais velha do que realmente você quer. O amor, não escolher, cega, será? Quando amamos talvez seja mais fácil passarmos a ideia que estamos dopados que estamos fazendo aquilo por nossa vontade. A vontade que sempre tivemos de jogar tudo pro alto e se dedicar a alguma coisa. Abandonamos amigos, trabalhos e sonhos por um amor, acho que é conscientemente e é bom, acho que é mais um embaçado do que uma cegueira.
A cegueira pode ser um ponto de desilusão, de solidão que nada realmente importa. De começar do zero ou de acabar do número que estiver. Não é fácil fugir dos caminhos previamente traçados, por isso temos medo de ser pedantes, medíocres ou melosos e passamos por muitas coisas que desejamos mas não temos coragem de agarrar, parece que o fato de estarmos ficando velho e com compromissos arranjamos todas as desculpas. Bem não precisa só ser assim, velhos podem gostar de chocolate e bolachas recheadas, apesar de já estarem fumando seus charutos e comendo couve-flor refogado, quem liga eles são velhos mesmos.
A nossa vida supostamente é uma carrossel dramático com perseguição policial, mas tem muito mais horas de pijamas preenchendo formulários, pelo menos a minha. Hollywood educou muito mais gente que a maioria das escolas pedagógicas. O quadro do meu cachorro está na minha sala de visitas, será a solidão ou outra forma de companhia. Isso tudo não importante, o fato é porque um cachorro não merece um quadro também. quem merece, o que a gente vai ver na parede, quem tem alma, pra que falar ou comunicar, quando dormirmos tudo é vivo. Como limitar o que não tem limite, só o espaço.
Depois de um tempo damos uma reviravolta na nossa racionalidade, e não pegamos sabendo mais o ponto de que paramos. Acho que devemos abraçar os próximos estágio, evitando porém de esnobar os que já passamos tipo os 20. Não devemos nos enganar em relação ao nosso corpo senão ele pode nos dar uma rasteira. Viva, mergulhe, respire. Perca o fôlego, caia na praia, esteja sujeito a bondade moradores da vila mais próxima, o viver não tem como escolher.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

lágrimas e sangue em seis cores

♪ And please remember
That I never lied
And please remember
How I felt inside now honey

You gotta make it your own way
But you'll be alright now sugar
You'll feel better tomorrow
Come the morning light now baby

º stop

-Adam, acorde...
Não estava adianto, Jean simplesmente não conseguia acordá-lo... Reparou nos comprimidos jogados pelo quarto, bem, mas depois de muitas situações ele já havia se tornado bem frio e continuou chacoalhando Adam, agora com muita força. De repente percebe uma reação... já era o bastante pra ele ficar bem mais tranquilo, então, reparou que ele só estava dormindo mesmo.
Enquanto isso notou uma folha jogada no chão molhada de vinho onde estava escrito:
"Formigas, nós somos apenas formigas, podemos se esconder ou fugir, mas quando expostos podemos ser esmagados a qualquer minuto."
Jean derrama uma lágrima e amassa o papel... Ascende um cigarro e deita no chão e dorme. Ele só acorda de manhã com a Marlene tropeçando nas garrafas que está na entrada do quarto, e ela senta na cama na qual Adam já estava sentado observando o sol entrando pela janela entre a cortina. Jean senta na beirada na cama e de repente Adam fala:
-Temos que enfrentar o mundo, a rua, as pessoas, qualquer coisa, não aguento mais me dopar com todo tipo de remédio, álcool e drogas. Estou escondido que nem um rato aqui há uma semana.
Nesse momento Marlene tira uma lâmina de barbeador, antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Adam agarra a lâmina e e corta levemente seus dedo e a joga num lance certeiro pela janela.
11:00am
Clarice chega e neste momento a casa já está arrumada, ela traz chocolates, Jean apesar de não apreciar tanto o doce, fica muito feliz por isso, alguma coisa doce, feliz acontecendo naquela casa, em suas vidas, depois de muito tempo. Clarice faz suspense sobre o motivo de sua vinda e entrega o doces primeiros antes de explicar qualquer coisa, quando ninguém espera ela diz:
-Vendemos todos os quadros.
Adam dá um meio sorriso e Marlene o abraça, enquanto Jean respira aliviado. 

♪ Somewhere over the rainbow
Way up high
There's a land that I heard of
Once in a lullaby

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O mundo só é simples quando você está alto

Desde que acordo começo com a minha mania de perseguição, estão me olhando, estão me lendo. Alguém, eles, querem saber o que eu fiz, o que eu penso. Começo a andar e eles começam a aparecer e ainda a deixar tudo coincidente para me deixar mais louco ainda. Não cedo a minha loucura e nem tão a vigia eterna desses vampiros, querem tocar a coisa frágil e destruí-la, por não possuí-la. Fazem isso nos enganando e nos confundindo de suas intenções, fazendo as coisas parecerem banais. Sobrevivem do desconhecido e de sua vida subterrânea e usando a máscara que melhor couber a ocasião.
Mesmo sujeito a todos os perigos a melhor forma de escapar corremos muito perigo também e jogamos apostando um preço muito alto, onde ficamos num tênue limite para o retorno. O que para nós, camaradas de esportes recreativos ou tardes com uniformes de escola pra simples de interagir e comunicar, agora só conseguimos fazer isso se estivermos alto demais. Subindo por uma escada velha e caindo aos pedaços temos apenas isso e o utilizaremos toda vez que for possível. Porém de tanto que nossa praticidade fica menos prática, que nossos movimentos não fazem mais sentido, de nossos sentidos sentirem as mesmas coisas desagradáveis, mais vezes recorremos a velha escada para chegar perto das estrelas, vamos cortando um a um os laços que nos prendem ao que for, para termos mais mobilidade, maior horizonte a percorrer. Buscar os rostos conhecidos vira uma odisseia, onde pela dificuldade complexa pode perder o significado original por um momento, por mais difícil que seja.
Depois de passar pela luz e pela escuridão, por maior que seja nossas vontades, chega uma hora que, mesmo não conhecendo o destino, já sabemos alguns desafios certos que vêm pela frente toda vez que liga o sol e, aquela sensação de tudo de novo, então nasce um desejo diferente, um desejo de apoio. Estar numa dualidade pode parecer mais uma ajuda às próprias vontades mas também, tentar decifrar os obstáculos de outros, pois estando certo de como funciona pra você, a sensação de estar em outro cenário na vida do outro e conseguindo as fases pode dar alguma confiança, sentimento de realização. Uma sociedade amorosa recupera as energias de ambos, que esquecem a velha maneira individual e focam no novo do a dois. Isso pode ser uma fuga muito viciante, muito destrutiva. Mas o que não é destrutivo, fazer caretas ao amanhecer? De qualquer maneira o novo da dualidade é um cenário que possa necessitar de muito drama, muitos sorrisos... falsos.
Depois de tudo isso você se vê vagando pelas ruas com as mãos no bolso segurando moedas, esperando só o momento e de entregá-las ao atendente do bar que estará muito vazio em troca de um copo de uma boa bebida que não lhe tirará a sede e sim o fará a ter sede de muitas outras coisas, fará o sentir que cada vez menos sente.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

origens, demasiadas origens

Acordou exausto, João de Quimera e foi procurar o motivo de sua tristeza. Se dirigiu como de costume a biblioteca próxima a sua casa, procurou um pouco e achou um exemplar de proust que há muito estava propenso a lê-lo, sua mente cansada porém não concordava muito com essa ideia mas mesmo assim insistiu algumas páginas. Notou como era opressor aquele ambiente da biblioteca, pensou em como seria bom ler em sua casa jogado em alguma cadeira ou no chão mesmo e talvez fumando um cigarro, essas coisas não seriam possivelmente aceitáveis ali, bem, menos vontade ainda o deu de emprestar o livro, não queria que laço com a biblioteca, fazia pavor nele.
Resolveu ir embora, por aí, perambular pelas ruas, olhar as vitrines do centro a seu gosto, sempre gostava de fazer amizades, mas também tinha pavor dos moldes sociais, era um desastre social. Contudo, joão nunca desprezava o algum contato acidental com alguém e foi isso o que aconteceu, parou na praça de um bairro próximo e começou a beber vinho com algumas pessoas esquisitas que ali estavam. O que lhe era difícil de se lidar como medir o tratamento com alguns que acabara de conhecer: íntimo, impessoal, sensível, emotivo, formal... sabia que para conquistar algo a mais de primeiro contato às vezes precisava fugir das regras, mas também não era garantia de nada. Quando embriagados todos pareciam-lhe muito íntimo decidiu que já era o bastante, não gostava da sensualidade misturada com afeição, gostava mesmo da impessoalidade e do perigo dos humanos desconfiados.
Fato que iria voltar a seu abrigo e proteger-se das intempéries. Tinha planos de proteção a solidão, com algum sexo casual de talvez alguém com conseguisse ou não o entendê-lo, por isso decidiu não decidir muito por hoje  e seguir alguns dos seus rituais só.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

mulher propõe que prefeito viaje a lua (fictitious)

Nessa semana foi encaminhado um pedido peculiar a câmara dos vereadores da cidade de Primavera Nova. A senhora Carmen Aparecida do Rosário é uma moradora do Jardim Vale das Laranjeiras, pedagoga aposentada com 65 anos. Nesta quinta ela se dirigiu ao câmara dos vereadores com um pedido formal para que o prefeito Valdomiro Valoroso Aguiar (PTB) fizesse uma viagem à lua com financiamento municipal. Todos ficaram espantados com o projeto da senhora, e a história acabou virando piada no Paço Municipal.O presidente da câmara dos vereadores disse que o projeto foi arquivado respeitosamente mas não tinha condições nem de ser votado tamanha a sua peculiaridade e mesmo por o município não ter verba suficiente para tal empreendimento. O prefeito Valdomiro ficou curioso com a idéia e disse que tem até vontade de ir a lua sim, mas ainda não consegue entender como isso possa ajudar a cidade.
Questionada sobre o assunto pela reportagem deste jornal hoje a tarde, Dona Carmen alegou o seguinte:
"Eu acho que o prefeito deva ir à lua pois só assim ele vai compreender de uma maneira diferente e possivelmente melhor como funciona a nossa cidade, a sociedade e mesmo o mundo, assim ele saberá melhor administrar esse município e sendo um exemplo para outros locais. O que a gente vê hoje é os políticos aplicando projetos e mais projetos para a sociedade que não ajudam em nada ao povo pelo simples fato de eles não terem uma visão antiquada do mundo."
A população da cidade também achou o projeto muito estranho e duvida da sanidade mental desta senhora. O comerciante José de Assis Casamayor (61 anos) declarou o seguinte:
"Essas coisas são para aqueles astronautas americanos, uma cidade que nem a nossa não pode ficar gastando dinheiro dessa forma, nem se o tivesse."
Se Dona Carmen está fora de seu juízo perfeito ou não é difícil saber, mas o que sabemos é que por enquanto a possibilidade de uma viagem ao espaço nem ao nosso país em desenvolvimento chegou ainda.

Gazeta da Província, 15 de maio de 1994.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

vôo aberto

Sair por aí e ser o mais livre possível, você tem meu coração, vamos estragar nossa alma com um pouco de nós mesmo. Conflito interno entre qual lado seguir nisso, na ficção ou na divagação. Caos momentâneo super organizado que pra mim não tem nada de novo e nem extraordinário, a cor da paixão poder ser um cinza. Artistas cantando covers parecendo a melhor coisa de nunca.
Mauricie saiu pela rua chutando latas de lixo e pulando com uma garrafa de Martini na mão porque não era dos que bebiam muito, fez isso na madrugada deserta porque não era um vândalo e morria de medo da polícia, só queria ouvir o barulho das latas e morria de medo da polícia ou de qualquer um que o pudesse o repreender, mesmo no twitter no dia seguinte, toda uma mistura de coisas estranhas não declaradas. Escondia ao mesmo tempo seus filmes eróticos e seus livros místicos, era tão vergonhoso um como o outro pra ele, por isso se fascinava por coisas não convencionais e de pessoas que iam além e tinha lá suas extravagâncias também e que respeitavam as pessoas antes de a repreenderem ou serem autoritárias com elas.
Depois da euforia sentou no meio fio, numa rua onde se sentiu o mais seguro possível e ao mesmo tempo solitário e sozinho, o bom de ser solitário é poder ficar sozinho. E ficou amargo, muito bem e amargo, bem Portishead, um sol queimando seu rosto no dia que sentia a dor a noite, como poderia ser tão bom e ruim o dia e a noite. Um podia ser quente demais e outro frio demais. Ele gostava de ruas que pareciam perigosas mas onde passavam mulheres, porque se passam mulheres é sinal que o lugar tem alguma segurança ainda, é como se você visse flores num campo e imaginasse que ali há vida.
Este garoto se sentia que sempre batia em vidraças que nem pássaros que não percebem o vidro que há no vão e tentam atravessá-los, e de repente de forma dolorosa são barrados de uma maneira arbitrária e como se fosse aquilo mesmo, talvez não devessem haver vidraças. Mauricie tirou um cigarro e começou a fumar, lembrou que fumar não era tão bom às vezes, mas pior do que fumar e ter uma sensação ruim é a sensação não ter cigarros, é péssima, porque cigarro é a melhor companhia para solidões poéticas, tragédia romântica. É, ele era assim, muito sem graça, muito parado e nem aí pra nada, perdido na infância, nos anos 90 ou naquela noite muito louca com seus colegas.

Но если есть в кармане пачка сигарет,
Значит все не так уж плохо на сегодняшний день.
И билет на самолет с серебристым крылом,
Что, взлетая, оставляет земле лишь тень.

(Mas se eu tenho um maço de cigarros no meu bolso,
Então hoje não será tão ruim,
E uma passagem para um avião com asas prateadas,
Que irá voar afora, deixando apenas a sombra no chão...)

Пачка сигарет - Кино

sábado, 13 de agosto de 2011

calor distante

Longe está o que eu conheço, o que sempre faz bem. Ficaram longe aqueles que mais valem a pena, estão seguindo em sentido inverso ao que estavam antes, e estou mais perdido do que tudo, não lugar que possa reconhecer mais, de tudo o que saiu do lugar para nada voltar mais. Ainda não me adapto a novos padrões, e sempre esperando que me sonhos sejam atendidos e ainda valorizando a essência das pessoas.
Aprecio a beleza ainda desconhecida e exótica, que é difícil de contemplar, escondida, protegida de todos.

gangster

O um dia sem muito proveito como os velhos tempos, chego num bar, bebo um pouco com os amigos, está tudo do mesmo jeito.
Estando mais vulnerável, sendo atacado por todos os lados, sentindo pior do que eu mesmo.
Mais um relacionamento frustrado, mais uma pessoa que te iludiu.
Arte, procurando em músicas e quadros, mais uma saída para sua vida que não era nada disso. O cigarro queima e marca seus dedos, te segura um pouco nesse mundo entediante.
Jean chega da escola, passa pela rua e se admira com os marginalizados jogados pela rua, os acha um perdidos e fracassados, mas tem algo tem algo que o cativa nesta vida. Faz suas atividades super importante durante o dia, e ainda não orgulha de si mesmo apesar de todas medalhas, tem algo de muita errado com ele e com tudo.
Sai com seus amigos pela noite, causando o caos em suas mentes, incomodam toda a cidade e os cidadãos que tiram seu fim de semana, ficam embriagados todas as noites e chegam próximos da vida marginal mas sempre por uma noite e depois voltam para suas bem sucedidas falsas vidas.
Comenta com seus pais sobre seus planos, e mata a aula do cursinho, sabe que vai se da bem se quiser em qualquer coisa que trabalhe, mas vê um futuro sombrio para sua vida, odeia toda a vida cotidiana da cidade, quer quebrar as vitrines das lojas, quer chutar os policiais, estragar festas de aniversários, porém faz tudo como manda a moral, escapa só em algumas noitadas, aprendeu com os rebeldes do passado e com a sociedade e ser tão poder quanto qualquer moralista religioso.
Jean participa de orgias regadas a muito sexo no sábado e logo depois está no almoço de família de domingo, todos gostam dele e ele de ninguém, seus sonhos foram já contaminados por tipo hipocrisia e não mais segue em frente, viaja na sua mente todo o tempo e vive o que quiserem lá fora. Espera o joguem num lugar desconhecidos e tenha uma solidão imensas com alguns desconhecidos e esqueça da vida que não sabia viver apenas obedecer.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

J R R B

Distante como o oceano
Amargo humor que assusta
Feliz eu me engano
Com cada uma de suas disputas

A lua que sempre protegeu
Nas noites tem me iluminado
Porém longo se escondeu
E deixou mais um desabrigado

O sol está mais forte esse ano
Tudo condena e detesta
E não sinto seu calor cotidiano
Frio e solidão é o que resta

Sua proximidade o enfraqueceu
Foi vítima do próprio pecado
Mente e diz que não venceu
E mais um coração tem cortado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Ele é Kurt Cobain sim.

Todos acham que tudo é tão claro e tão certo que o resto é coisa de sonhadores, vagabundos ou magnatas. Porém não é, talvez é mais fácil perceber as coisas quando está longe das influências, quando algo é provado, é marcado e valorizado. Como Van Gogh, o ilustre, o eterno. Não vivi na época dele, tão pouco posso chegar perto de seu brilhantismo mas comparando-o com algum artista da atualidade como, como, quem? Tinha vários nomes na minha mente, mas os que pensava foram ouvidos de imediato ou ganharam fortunas e tiveram acesso às formas mais sofisticadas de alienação: as mais puras drogas, os mais belos vestidos dos mais caros estilistas, as casas com projetos mais contemporâneos dos arquitetos mais pritzker prize. Com sucesso, com afirmação social é muito (muitíssimo) fácil e delicado sua vanguarda, aí ser vanguarda é ser progresso e é bonito, é o bom aquário, o aquário tipo direita conservador que traz a indústria para sua pequena cidade dominada pela ignorância. Mas o que não pode ser dito e mostrado através de quem desafia o "coisas como estão" deve ser mantido escondido, marginalizado, torturado pela sociedade e vivendo como se fosse a criatura mais atrasada dos guetos da promiscuidade metropolitana vivendo de restos da obrigatoriedade filantrópica que o conduz ainda mais para a imagem de descontente sem lógica alguma de sua condição. Isso requer muita pouca habilidade para qualquer um o desprezo pelo indivíduo, mas requer um grande esforço de quem tem esperança viver amargos amanhecer e noites de frio cortante de emoções obscuras.
Tão simples também é ganhar todas as condecorações pela ignorância, futilidade, por ser um completo desperdício de apreço no tempo e espaço. O mais do mesmo será premiado, não como uma fórmula de sucesso, mas justamente o contrário disso, uma exaltação ao fracasso, mesmice, a tu saber coisa alguma. Até as coisas mais ridículas podem desenvolver um mínimo de consistência e aí já será rejeitado. Isso é muito claro visto que você poste um vídeo na world wide web de alguém fazendo qualquer banalidade é mais apreciado do que algo que tenha o mínimo de utilidade e agora você transforma isso numa indústria, e muitas e muitas indústrias formam a situação existente no meio social. É difícil fazer uma música, é sim. Mas em qualquer música popular contemporânea tem muito trabalho investido na gravação de um álbum, melhores estúdios, investimento caríssimo que tem alta qualidade, o cantor muitas vezes tem uma voz de dar inveja a qualquer canário de gaiola, mas aí você ouve uma música escrita por uma pessoa que o requisito mínimo que ela necessite é que seja alfabetizada e com também sensibilidade mínima de um agressor de mulheres cotidiano. Arte isso? Bem isso acontece na música, esta que toca mais alto das artes e é possível notar pois pode nos incomodar muito em qualquer lugar. Não é a toa que alguém que fizesse sucesso num meio desses sentiria a pior coisa do mundo, é como se fosse reprovado no grande teste, ao menos que essa pessoa esteja indiferente ao que faça e queira o momento apenas.
Duas constatações que fiz, que devem ser muito antigas, acho que isso deve trazer uma grande experiência, um grande peso a civilização, esta que pode jogar muito sujo, cometer grandes erros e concertá-los errando mais ainda. Não há o que fazer com todo o lixo que produzimos mas também não precisamos se alimentar dele. Porém se só houver lixo é a unica coisa que sobrará para nós.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Já tive verões melhores

Começa mais um dia ensolarado naquele litoral, e o nobre James analisa o que lhe sobrou para esse ano, permanecer sozinho em sua casa gigantesca administrando suas obras, sua fábrica de vinhos. Um empresário e um artista ao mesmo tempo, difícil achar tão grande completude em um homem daquela classe, pois empresário eram muito frios e artistas irresponsáveis e decadentes. Mas este tinha alcançado o equilíbrio. É, mas isso não estava claro para ele, seus amores estavam meio distantes, por mais próximos que estivessem, mas na verdade estavam longe fisicamente mesmo nesse momento. Conversava ele todas as noites com sua solidão regada a um belo romantismo intrínseco de sua alma.
Decidiu que nesse verão, podia estar um passo da queda, mas não iria abandonar suas paixões, suas apostas que eram insanas para o "mundo" e correria com sua velocidade máxima. Provou belos sabores algumas noites no vilarejo, viu que havia alguma coisa ainda que podia lhe fazer sentir vivo e forte, viu o desconhecido tão belo, tão caótico, tão feito pra ele, que se tivesse desenvolvido um trabalho minucioso durante muitos anos só pra ele e lhe fosse apresentado assim de repente num dia só.
Isso foi o máximo para sua estima, para seu rosto, sua epiderme. Correu mais uma vez, foi andar a cavalo, coisa que não fazia a muito tempo, mesmo sendo isso uma de suas paixões, mostrava o grau de abdicação que ele estava dele mesmo. Aquilo que acontecera naqueles dias realmente o havia despertado, tomara a bebida mais alucinante e forte possível. Está feliz tanto nem o se dava conta ou mesmo ligaria para isso, sentia inatingível.
Porém, sua vida é feita de compromisso, nesse exato momento ele via que tinha de tomar decisões, na verdade achava que tudo já estava determinado a partir desses acontecimentos, mas ainda sim via pra onde ia andar tudo isso e tendia a ficar inerte, queria não mover um músculos, dizer uma palavra, ao mesmo tempo isso seria devastador e revolucionário. Se quisesse que tudo ficasse do mesmo jeito deveria agir como antes, mas agora nada mais disso tinha sentido, isso foi amargo comparado com a nova sensação.
Decidiu então mudar o cardápio, e provou do que sempre teve receio de, e viver como se finalmente fosse sua essência. Isso ainda seria uma questão de hábito. Ao mesmo tempo descobriu que deixasse a si um pouco fora de controle não iria ladeira abaixo como sempre pensou, parece que tinha alguém, algo, a conduzir, te segurar.
Ao mesmo tempo, viu que ele era muito bom em algo que nunca pensou que fosse, quando ouviu: "E a minha segurança?". Por mais que não tivesse a mínima segurança em si e proteger alguém, por mais que quisesse ficar submetido, sujeito a tudo, quando ouviu aquelas palavras seus olhos brilharam e sabia que tinha alguma, muita força, quando necessitada. Mesmo não sabendo como agir, apenas consentiu em desempenhar aquele papel.

domingo, 3 de julho de 2011

mãos amarradas

Eu sei que esta época tem trazido não sei porque um sentimento de falta de assuntos, de escrita, de acomodação. Não sei se é o frio, mas parece que o ativismo está sendo colocado como fora de moda, como ultrapassado. Eu estou me sentindo assim também, desesperançoso e com frio, porém com muito esforço e algum tempo livre estou tentando quebrar esse paradigma ridículo. Vejo a cansaço, a acomodação tomar conta dos mais libertinos, e jovens tímidos começarem a nos ensinar. Lógico que gerações são superadas, mas ainda temos muito que causar.
Em nome do medo dos mais velhos, dos mais acomodados, que não querem o novo, as coisas ficam mais difíceis ainda para quem luta pelos seus direitos, pela natureza, pelo misticismo, pelo emprego, pela alegria, por uma noite de farra e bebedeira. Os que conseguiram chegar na lama da aceitação dessa sociedade podre querem arrastar os outros. Como se não fosse o bastante muitos não quererem mudar o mundo, ainda usam de artifícios para ficarem por cima e mostrarem que não são eles os errados e dizer que tudo está tudo bem.
Agora tenho visto posso ter paciência e não ser tirado do sério por qualquer moralista de pijamas e não ter vergonha de ser um ativista ou de querer ser pelo menos.
Muitos usam de uma extravagância para tentar passar alguma coisa nova mesmo sendo cada vez mais retrocessos. Se vê muitos programas de televisão ou revista que investem muito mais em alegorias e cenários que parecem novidade mas são coisa da vanguarda da primeira metade do século passado. Apesar de a moda e a arte ser muito útil para as mudanças essenciais da vida, do mundo, do isso que vivemos que não conseguem explicar. Mas a moda e arte não são valorizadas em sua essência e sim seus pseudos.
Para se ter uma ideia de como essa sociedade quer continuar atrasada é caso do STF julgando sobre assuntos que devia ser por aclamação popular. Mas diria que o STF tem forçado a justiça no Brasil, tem sido bom até agora mas muito devagar. Enquanto as leis caminham devagar a sociedade está paradíssima.
Tento tirar raiva de nós jovens, amantes, para que não nos destruam por dentro. Se não nos ajudam vamos tentar nos ajudar. Reunir o mínimo de capacidade que os jogados pelas ruas reúnem e se organizar, já diria GLEE. Fazendo as coisas que com humor pelo menos da uma pequena proteção contra esses estagnados que pensam já terem ganhado a guerra desta século. Apesar de hoje não sermos tão chamativos como a juventude de 6o's, temos muita vontade e pretendemos fazer muito sexo ainda.
Os vícios tem sido um fator chave, uma arma muito boa pois é rejeitada pela sociedade mas muito usado por todos, tá levando os jovens de hoje para os extremos, seja de suas realizações ou de perdição total. A decadência da maioria dos passionais de hoje é um apreço a viver muito bem vivido e um protesto a imobilidade das coisas, a fuga das coisas, da cegueira. Se somos obrigados a viver assim, não seremos seus escravos competentes, destruiremos em nós tudo que servir de uso para vocês: patrões, religiosos, pedófilos de família, cidadão de bem.
Paralisado pode estar nossos corpos, nossas marchas mas por enquanto não nossos sonhos que dividimos no trabalho forçado, nas prisões, nas bocas de fumo, na fila do hospital.
"Baby, baby
Ain't it true"

terça-feira, 14 de junho de 2011

fogo e água fria

Cada vez mais vejo que o verdadeiro fogo é criado através da aproximação das pessoas, o sentimento de acreditar em alguém, de amizade, de amor, que não se perde no meio do caminho. Consigo ver isso depois de muitas vezes ter revisto as coisas e constatado que existe entre duas pessoas é verdadeiro, que sonhos se sonham juntos sim, que é possível ser um só. Que o amor pode ser muito e pode ser muito difícil de ser vivido, que exige entrega e desprendimento. Tudo pode mudar com uma atitude. Vi que velhas amizades são como vinhos, só que depende de cada pessoa se dar conta disso. Sentimentos tão fortes entre duas pessoas são grandes demais pra ficar contidos, dá uma vontade de quebrar tudo, o estranho que isso acaba levando a distância algumas vezes, o medo da destruição, da força e do poder.
Mas além desse lado muito bom tem a falta de ação das pessoas, que se esquecem do acreditavam, que se moldam a sociedade e seguem as regras ditadas em grandes salões ricamente decorados com o dinheiro alheio, máximas que por vezes são ridículas mas que ditas por pessoas de roupa garbosa se tornam leis de comportamento, instrumento de ódio e segregação. Vidas começam a ser oprimidas por uma sociedade cruel que tem a aceitação de possíveis heróis que caem no gozo do conforto barato e ilusório.
Porém chego numa situação de parar de socar cacos de vidros, mesmo preferindo a dor da opressão do que as náuseas da obediência tento agora seguir caminhos práticos, que almejam resultados por algum tempo, desejo guardar energias para momentos extremos e assim aproveitar o máximo nas minhas verdades e de quem vale a pena conviver. Viver o que vale a pena enquanto não viramos a mesa.
Me desiludi completamente com a juventude atual, vi que só a ela pode fazer a verdadeira mudança, mas a de hoje é uma das mais caretas e influenciada, poucos são os que foram a luta. A juventude hoje cumpri muito bem o papel da conservância, do elitismo, da ignorância, dizia Cazuza que hoje deve estar bem melhor que nos tempos da ditadura, mas por esperar muito mais vivo decepcionado. Quem diria no 1984, o que fazemos hoje é um mínimo das mudanças que queremos, e se formos pegos estaremos, só é uma pequena chama que protegemos.
Ainda sim eu e muitos somos do tipo de continuar lutando haja o que houver, talvez façamos nada até, mas o sentimento sempre será de inconformação, de muito o que lutar ainda. E assim vivemos pelas metades, dedicada a vida às causas, aos guetos, as batalhas diárias, a derrota certa. Ao mesmo tempo que procuramos um mundo melhor tento achar um significado pra minha vida, provando das piores águas, do frio madrugada, do sol do meio dia, fugindo da responsabilidade e também da diversa, desencontrando dos amigos e abraçando os inimigos.
Como consequência de toda essa roda vida vem uma revolta extrema do que não tinha que ser foi.
Mesmo ignorando tanto o meu destino, ainda é difícil de ignorar as coisas vendo que tem gente que luta bem mais que eu, que chega ao extremo, que já morreram, que estão apanhando. Gente que ama demais, que nos da energia, que brilha tão forte quanto as estrelas contrastam no céu escuro, brilhando e nós podendo contemplá-las e lembrando de como mundo foi belo em algum sonho de criança.
Cada novo dia começa uma nova luta sangrenta nos mais belos campos. Trabalho, diversão, injúrias e sonhos se misturam na urbe.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

revoada de pombos

alguma coisa bonita depois de algum tempo no meio do furacão, ou só algo tranquilo...
vemos a sabedoria na nossa mão como se fosse a desilusão do mundo, o desacontecimento de nós mesmo, a falta da fantasia. bem, parece que ao passo que tomamos conta cada vez mais da ciência, da morte, da esterilização parece que tudo perde a graça, talvez não, pode ser que tudo fiquei mais multi-colorido, basta ajustar o prisma, deixa o sol brilhar a pino, aceitar a inconveniência de não acaso com um outro acaso totalmente casual, quando o sexo casual parece não ser mais furtivo e mais seguro e sem prazer, há de aumentar o nível da libertinagem ou voltar aos velhos padrões? pelo menos temos mais escolhas, mais comparações, mais probabilidade que nem diz o vídeo do mec sobre bissexualidade. sendo mais consciente de nós do mundo, do futuro, podemos ser tragicamente mais animados e decadentes, haja whisky e leitos de hospitais para a próxima geração. Bem mais o mundo acaba pelo menos uma três vezes por século, uma amiga, Rosa, me disse uma vez "ah, naquela eu pensei que fosse morrer por tal motivo e hoje eu vejo que não ia morrer não" como se fosse muito, parece ter um sentindo de termos muito a ser visto ainda.
Ao mesmo tempo com o futuro, com a tecnologia, tem uma necessidade hoje de voltar, de envelhecer coisas que não são velhas, pessoas que não são, podem ser obsoletas, toscas e chatas, mas não são velhas ainda. O *** mais bonito da cidade tem um ar de inediditismo com base muito banal, que como diz AP, as pessoas não são feliz assim. Elis R. consegue fazer isso, envelhecer as coisas de maneira natural, quer dizer, buscar as coisas velhas pra seu redor, pra se sentir forte, que nem pensam esses cidadãos, se você quer algo que está firme a muito tempo então não vai ser algo adolescente alucinado, vai ser caretice madura e muito alcoólica.
A necessidade de de misticismo, de outro lado da vida, alma chega a uns extremos interessantes, que mistura crendices, e hábitos muitos estranhos de conversar com uma planta por exemplo, ou da religião mais ignorante possível, acho que essa conversa está registrada nos porões onde estão guardadas minhas conversas de 2008/09, onde a necessidade de uma religião, de um Q. Voltando ao início, isso não vai trazer muito mais do que reflexões sobre o futuro.
Realmente perceber algumas coisas é muitos frustante, muito frio e dolorido, está diante da estrutura cruel e rígida das coisas, de como talvez hospitais sejam financiados pelo narcotráfico numa favela. Então fazer certas constatações, jogar opiniões, coisas, ser categórico, é muito difícil. Não por estar certo, mas por cobrarem certeza. É interessante também falar a sua profunda essência, parece vazio momentâneo, que traz a necessidade e o prazer de buscar novas coisas. Eu antigamente comparava bastante as coisas com curar feridas, que logo após que você retira alguma coisa da sua pele que a estava inflamando parece que o ferimento fica pior do que antes, por talvez doer mais agora, mas isso é só o início da cura, eu gostava da ideia dessa dor que significava a cura mas ao mesmo tempo ainda ficava a dúvida se isso tinha sido ou não a melhor coisa que só seria percebido algum tempo depois. Realmente arrancar as coisas pela raiz é muito bom mas nem sempre é possível fazer isso ai nem depende da dor, depende do tempo, do trabalho, é, estafante.
E talvez a pior forma de curar a si mesmo seja na forma de se entregar totalmente, tipo submeter no "não depende mais de mim agora, uma estranhíssima sensação muito boa, mas muito difícil de encarar. Nem futuro, nem passado agora, nem trabalho, nem dor, apenas sair do controle de si mesmo. Embriagar-se, talvez seja a denominação de amor. E como encaixar mais isso no segmento de vida e na mente já tão congestionada com todo o resto. Sinto acostumado mais as coisas práticas e totalmente inútil da vida, mas não a sublime de amor, mas é interessante pela estranheza, novidade não diria, porque parece a coisa mais banal, mais brega que sempre soubemos, que bom quando conseguimos esconder ou proteger isso no fundo de nossa alma.
Seguindo uma organização não comum chego ao derradeiro dos temas aqui, a introspecção. Tenho lido esses dias sobre introspecção descrita como a casa, a família. Mas pode descrever com seu cantinho, sua repartição na empresa, o tapete do cachorro. Todos tem a necessidade disso o porque, não sei. Mas ficar totalmente inerte olhando o trem passar é tão necessário quanto sair gritando bêbado de madrugada correndo de cachorros.


domingo, 5 de junho de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

aos fracassados - Editorial

Falar um pouco da técnica por trás da arte.
Agradeço aos apreciaram o estilo totalmente fora de controle que tenho escritos, o que resistiram as loucuras aqui mostradas e aos que apreciam a arte de estar na vida.
Então, vou comentar um pouco sobre algumas coisas que aprecio...
Porque a França, porque cavalos? Sou fanático e ao mesmo tempo sou muito crítico, eu sempre julgo alguma coisa pelo que eu achei no primeiro momento, a França eu sempre achei algo muito arrogante e cavalos algo normal e banal. mas o engraçado que eu começo perceber agora é como de algo banal pode surgir infinitas possibilidades e de que coisas novas e surpreendentes possam ser muito limitadas, que nem a aquela velha cadeira... Então possa ser a resposta para outra coisa que ia falar, sobre o Van Gogh, ele é massa porque tem é ligado a vários assuntos que me interessam, que afligem, que torturam: ele é suicida - algo muito misterioso, muito corajoso (seja corajoso até por alguém dizer pelo excesso de covardia), ele se desiludiu com seus próprios sonhos, ele se internou como louco, ele se feriu por obsessão a alguém, algo parecido com o Renato Russo, ele é ariano, ele pinta ele mesmo triste, pinta sapatos, pinta girassóis, ele é inacabado.
Outra coisa interessante, às vezes eu deixo de usar letra maiúscula em algumas palavras pois eu acho que isso é um autoritarismo (vai saber né). Eu acho legal que tenha muitas pessoas que eu sei que não gostam da minha opinião e a discordam dela de forma sutil e covarde sustentada pela força da maioria, é, eu adoro isso mesmo, contestar a maioria, contestar tudo, não tem um objetivo em si, mas vem muitas vezes de algo que eu sei que incomoda a muitos.
A França, remete a leoninos também, leoninos muito me incomodam e me fascinam (falar de astrologia incomoda muita gente, mas tem muitos assuntos que são muito falados que me incomodam). Leoninos são sol, ofuscam mas trazem calor, brilhantes, gosto deles por muitas vezes serem desgostosos e pela sua ausência assim evita de eu tentar me libertar, fraqueza minha é minha clara obsessão por muitas coisas assim fica fácil saber o que fazer. Mas acho que todo mundo tem muita coisa de previsível mas às vezes foge de se próprio comportamento, como muitos gostam de não ser rotulados, já me surpreendi com muitas pessoas por isso mesmo, por receber um tratamento oposto do que eu espera, e, sempre esperando de tudo às vezes arrisco conversar com aqueles velhos fim de festa que contam histórias muito interessantes.
A França, tem muita arte, muita revolução, muito tédio, muito detalhes, eu acho interessante o jeito deles de enfeitar o que não podem ou tem preguiça de melhorar. É o inverso de cavalos, com sua delicadeza bárbara, que passa por tudo com energia aliada a força, mas como já descrevi é sua capacidade de fazer o que quer e muitas vezes ficar parado é brilhante. Sabe eu acho que quando você olha para um cavalo, você vê que ele não gosta de pessoas perto dele, ainda mais montados em cima dele, mas ele olha pra você e pensa, parece que ele vê algo em nós que a gente mesmo não vê. Eu exagero, mas é meio por esse lado.
Tem mais coisas, bem, acho interessante a personalidade única de muitas figuras que andam por aí, não tem como você não se surpreender com por exemplo alguém colocando o lixo pra fora de casa com uma torrada na boca e depois cantando uma velha música do roberto carlos como se estivesse encenando sua própria vida de maneira brilhante e só se importasse em não derramar o leite.
Muito de mim, é bizarro, prefiro que olhem pra meus questionamentos do que pra mim mesmo. Então, fracassados. Muitos que lutam, que reivindicaram sua liberdade e foram surpreendidos com a estagnação dos acontecimentos. Então, parece a vida ser repetida e imutável, mas quando você olha para o processo das coisas, quando você olha para os seus sentimentos, o que te deixa com raiva, vê que tem muitas coisas em transformação. Não gosto de pensar de maneira positiva também mas...
Talvez seja melhor você perder o ônibus de manhã, ou aquele seu grande amigo mudar com a família para a cidade onde o sol brilha mais e você ficar na sua velha sombria cidade, porque? Não chega a ser gostar de sofrimento, até porque eu odeio perder o ônibus, seja qual for... Mas é legal ficar com raiva, a gente acaba fazendo as coisas de outra maneira, levando a lugares inusitados, outros sentimentos também fazem isso, tédio talvez até.
Eu queria algo que talvez não consiga, aproximar do pensamento de algumas pessoas que tentam transmitir suas idéias, mas parece que estou muito longe disso, não sei se é só sensação.
Pessoas que gostam do inverno e não do verão, que falam com plantas, que guardam coisas velhas, que ouvem músicas vibrantes ou que usam um chapéu engraçado, cadê elas?
Meninos que andavam pela floresta sozinhos ou meninas que subiam em telhados... Pessoas sozinhas ou que conversam com pessoas desconhecidas na rua. Que lavam seu carro como se estivesse num mundo mágico ou que estão trabalhando numa mina de carvão e desenhando nas rochas.
Interessante, além da França é a Grécia, mas não, não acreditam, mas não é por eles serem libertinos e sim por serem muito viajados, muito esportistas, terem deuses com personalidade, construirem templos muito bonitos, eles, conseguem ser melhores que os franceses, eu não sei onde devemos estar, se é onde queremos, mas sei que tem muitas coisas que me encantam do tipo que valem a pena ser vividas e outras que pelos menos é bom lutar, lapidar o que há ou simplesmente descer carregado pela avalanche. Esperando que algo tenha sentido quando te levarem de volta para a civilização.
Gosto de esporte também, acerta uma cesta de basquete, uma saque no vôlei, faça um gol ou drible, ou tudo isso ao contrário e vá entender. No esporte há objetivo sendo alcançado e o estranho porque disso, assim como aqueles obstáculos que parecem intransponíveis. Mas acho legal a disputa também, de alguém se achar melhor do que o outro, e às vezes não ser, da zombaria, do consolo, do êxito, da revolta, da tristeza, do esgotamento físico, do não mais.
É, não consigo fazer as coisas em linha reta, agradar que eu quero agradar, entender esses mesmos, e ainda tenho que fazer tudo, de maneira errada, tem que ser feito de qualquer maneira, legal, perceber que outros também não tem a mínima idéia do que estão fazendo mas mesmo assim fazem e tentam melhorar e criticar, criticar até a necessidade do necessário.
Espero que tenha sido muito dramático ou qualquer outra coisa, o que quer seja parece não poder ser mudado, só com o tempo ou com o dinamismo do tempo. O contato sempre é preciso.

você parece estar tão bem...

Tudo passaste e chega mais uma imigração a esta terra;
Minerva fez seu caminho dentre o deserto, com roupas brancas sendo carregadas pelo vento onde chegou segura numa cidade pequena na costa da Líbia, onde havia uma revolução, apesar de tudo que acontecera, ela não fugia de prisões, nem de reis, nem de conflitos civis, fugia de mais um amor.
Minerva uma advogada muito bem estável em sua cidade apagou sua própria pessoa e passou a caminhar pelo deserto procurando sentindo para sua existência e descobrir como se vivia fora dos eixos da civilização,
Encontrou Heitor deitado junto a uma romãzeira com um papel amarelo onde estava escrito:

chasse la vie

Abandonou o papel, a imagem do homem, saiu correndo e sabia agora o que devia fazer... Mas teria tempo, antes que pudesse ir, uma tempestade de areia a pegara e fizera a desmaiar em meio a seu desespero de esperanças perdidas, não queria voltar mais para a prisão dos laços tênues que a amarravam na sua vida que não era mais sua...
Acordou em meio a cavalos e homens com roupas pretas que falavam um árabe estranho do habitual... Seria nômades típicos do deserto, todos sabiam, mas ninguém até chegar perto de algo, e ela sentiu que havia diferente, tudo estava virado a este momento...
Agora, muito depois, sentira em seu lar de novo, depois de tanta hospitalidade de estrangeiros, agora em seu lar chegara e encontra tudo destruído, seus sonhos e pesadelos, se foram.
Fica, com sentimento morno... O que pior poderia acontecer, acabou de acontecer... Mas preferiu assim...
Meses depois, tudo construído de novo, remendado... Heitor a faz companhia... Ele não a ama na prática, ela amarga a vida, mesmo tendo fugido, voltara para o amargor de sempre mesmo estando tudo bem mas dessa vez... Não foge, deixa-se dominar por tudo... E é suscetível a falta de cor na vida de sua cidade... Mas em seu novo emprego vai construindo algo diferente...
Das aulas de músicas, com um mau-humor artístico... E às vezes, tem casos com alunos... totalmente usada... Agora ela entende onde abandonou a vida, no momento que abandonou as regras...
De repente lembra, do papel:
perseguir a vida?
Decide então, compor uma peça, com tudo que pode, investe, ensaia atores, compõe vinte horas de música, mata o trabalho a mata de tanto trabalhar.
Faz uma apresentação, banal, a universidade em seu pequeno grupo de pensadores solitários admira a audácia e alguns depois não mais lembra. No final de peça, Heitor tira seus óculos e Cameron o ator principal olha para suas mãos. Minerva vê então que nem tudo está perdido.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Je me sens la pire personne au monde

o mundo é um simulacro de si mesmo e
não consigo mais entender e suportar esse jeito de mentir pra aceitar a sociedade
porque não vira tudo uma batalha medieval pra ver o que é o que
até quando as pessoas tem que ficar a beira do abismo tentando sentir aprovadas
até eu vou resistir
as suas suscetíveis, suas, deles,
antigos casos bem resolvidos com o destino.
porque tem que fazer as coisas desse jeito, porque tem as coisas complicarem tudo de novo, estavam todas enterradas no próprio lixo que se tornou
mas uma vez vou ser usado
está indo pra esse caminho
cadê o novo, eu aviso que as coisas não irão resistir dessa vez, não mesmo
vou esquecer
vou largar de vez, que sabe que nem das outras vezes eu tenha que ir atrás de doses de vodka na calada da noite...
não quero ouvir os mesmos conselhos que com certeza serão os mesmo conselhos, já estão praticamente tatuados em mim com letra bem desenhada
eu preferia como no passado que era uma coisa mágica, só podia ser mágica eu sabendo que não era real
não devia aparecer mais texto nesse formato mas me fiz necessário ou fraco
meu sentimento por isso é caindo da janela e acordando antes de chegar no chão
é bom com final desastroso facilmente previsível, break dance, not hearts please

terça-feira, 10 de maio de 2011

bastidores

te encontro todas as vezes que saio do palco, lá preparando os figurinos, dançando com os manequins e penso que aquilo signifique algo pra mim, mas tenho estado muito ocupado pra reparar nessas coisas vou embora depois de mais um dia desgastante...
acordo, levanto, pego os jornais na mesa, vejo qualquer coisa sobre acidentes e críticas sobre a peça teatral, nunca consigo agradar esses críticos, nem a público direito, mas ninguém deixa que eu fique uma estação só sem atuar e ficar recebendo suas lições de moral...
saio do prédio apressado, não quero conversar com o porteiro hoje, deve ser porque ele vai me cobrar seu guarda chuva que peguei emprestado faz uma semana e esqueci de novo de devolver pra ele e no mais vai querer falar de futebol, se meu time estivesse pelo menos numa situação interessante eu falaria qualquer coisa, chego na calçada, ele me chama, finjo que estou no tele-móvel e chamo o táxi que acaba de passar... é, deveria ir de ônibus da próxima vez, não aguento mais gastar com esses motoristas que não sei porque acho que sempre querem me explorar, ah, eu que sou miserável mesmo...
então, chego mais uma vez no velho teatro do centro da cidade, você está bebendo café lendo o script, compro uma xícara pra mim, as vezes você faz isso, porque sabe que eu sempre te peço, me culpo por isso, mas eu não sabia que você estava esperando com esse café em alguns dias frios que nem ousei sair de casa... me contaram... pessoas contam essas coisas... eu não liguei, não costumo ficar ligados em coisas essenciais assim, porque talvez, fiquei pensando no cachorro que me seguiu até aqui e você o colocou pra fora,
você mais uma vez ensaia comigo, porque a "estrela" com quem eu durmo, teve que mais uma vez ir pra Paris resolver aquele caso da censura... não, não sou traído, até brutus meu pior adversário diz não ser páreo, mas digamos esse não é ponto, que nem aquele velho filme de garota abstrata que não está satisfeita com seu relacionamento (não está? talvez esteja) uma traição seria bom até... mas eu, estou sempre em outro planeta, discutindo meu contador, com o taxista, com o veterinário meu amigo que disse que meu cavalo precisa de isso e não sei o que (é só um cavalo, faça o que quiser).
e você, que fica na contra-regra, te achava mais legal... mas depois você disse que não gosta de cavalos e fica jogando baralho na decadência do seu apartamento com aqueles cidadãos estranhos que tenho até medo...
eu não imagino porque nossos mundos distanciaram tanto... o palco antes estava bem mais pra dentro dos bastidores, agora essa luz me ofusca um pouco mas não me aquece tanto quanto o café da manhã... se tivesse croissant seria perfeito...
mais uma vez você com seu óculos velha estilo lê esses papéis e aponta o café pra mim e eu fico enrolando quando chega alguém e acaba com minha alegria e manda falar aquelas loucuras daquele direto sueco, maldita hora que fui conhecê-lo na casa da fernanda e fala-lo da minha cidade, no outro mês ele veio pra e estabilizou na cena cultura, no começo achei legal seu futurismo, agora acho que... quero café...
então, você sempre faz aquelas alterações que eu adoro no texto sem o diretor saber e ele fica louco... é ótimo mas... quando cheguei na sua casa quarta a noite todo molhado pedindo o texto você me tratou muito mal e nem falou direito comigo, estranho...
estranho foi que agora lembrei o quanto fui apaixonado por você quando cheguei no teatro e você cheio de coisas pra fazer me deu um monte de tarefas e saia correndo pra todo lado e eu adora aquela energia mas depois da primeira peça as coisas meio que mudaram de lugar...
você sempre se escondendo entre estas cortinas, e quando eu bebo o café em casa, penso nessas manhãs com você.

domingo, 24 de abril de 2011

a carioca

Passando na rua com seu vestido florido ao balanço do vento, saltos, cabelos ajustados como se fosse a correria do cotidiano, às vezes só o desapego. No olhar resplandecia a liberdade, na prática poderia ser a irresponsabilidade mesmo. A mulher caractere, característica.
Sedutora, sensual, sem um tostão pra me emprestar...
Como começou isso...?
Acordou, não sabia o que era sua vida desde de ontem a noite, desde dos primeiros minutos da manhã, o sol te acordou, vislumbrou o passado, o futuro.
No celular uma mensagem, seu namorado, questionava seu sumiço ontem a noite, seu recolhimento, domingo a noite, casual, conseqüente do morno de sua vida. Todos seus cartões de crédito inutilizados para comprar a auto-estimo seu, agora, coloca um copo de Whisky em cima do amontoamento de papéis-conta. Coloca mais uma carta de seus pensamento no empoleirado livro do Nieztsche das épocas acadêmicas, ninguém iria achar, pois alguns pensantes que estavam em sua vida, já não, agora só pessoas de vontade e de corpo e laboro.
Pegou o maço de cigarros, colocou na bolsa da última tendência que carregava velhos hábitos... Colocou mais alguns trocados, o celular já não ligava há dias, cobradores e compromissos eram os únicos contatos... Sua memória verdadeira estavam com alguns amigos distantes, alguns em péssima situação, época de solidão, de selva. Pegou um anel e um colar e colocou na bolsa também.
Caminhou para fora de casa, em direção ao penhor, alguns trocados queria pelos seus bens para gastar com o que vier na cabeça, precisa de um mínimo de capital.
Saiu, volto, pra sua vida mesma, esperando algo, mais. Aparentava bem mais segura do que realmente era, bem mais bonita do que se achava, até mais feliz que era e que foi... mais o mundo, ou menos, ainda tinhas seus valores, de adolescente idealista, prefereria perder toda sua elegância a seu idealismo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Catita


Mais do que falar sobre a cadela Catita que morreu, eu quero falar(!)
Catita, dourada,
Digna, serelepe e muito vira-lata,
Liberdade, muitíssimo livre, não adestrada, nunca
Apenas conseguiam aprisioná-la...
Mas ela, não era do tipo dissimulada,
Era autêntica, melhor ou não
Era
Mesmo com poucos dentes ainda mordia
Não se fazia,
Só latia e queria comida e vadiar
Não tinha valores, tinha base
Nem nada,
Não fazia pose, era pega de relance,
Buscava seu lugar ao sol
E sua farra noturna
Teve alguns filhotes, mas quase nenhum vingou
Só vingou sua descompassada natureza
Seu triste fim
E com muito momentos ótimos que presenciei
Fica na memória
Na mente
No espaço-tempo
Essas melhores coisas
Que valorizo
Imprevisível, ao morrer, quis me pegar de surpresa
Pois sabia que não teria coragem de ir se não fosse assim.

Bem, furor...
Mas,
Pouco o que dizer, que possa dizer mesmo, que possam ouvir, já tô até arquivando textos e temas e pensamentos;
Estamos suscetíveis e quando mais se mexemos mais presos ficamos, mesmo assim, ainda cuspimos na cara deles, não sei pra que, mas é isso e foi
Vou tentar apenas avivar algumas coisas pro espírito desses tempos.

terça-feira, 22 de março de 2011

fukushima #01

...
você não tem heroína então usa algafan...
Kevin próximo ao rádio ouvia baixinho essa música e se lembrava de outra, da Elis, que o sol batia na cabeça...
descontrolado, ainda tinha os ferimentos de sua rebeldia, foi arrastado da estação ferroviária totalmente insano, reação adversa a certo tipo de química, que logo depois o fez cair desmaiar e espumar, agora está na sua grandma style velha casa, do hospital, só lembra a imagem do seu caro amigo, triste a chorar,
agora está sozinho, acordou lá, alguém há de voltar, porque sente segurança de alguém na casa...
apesar de tudo, está mais relaxado que nunca, sente como se fosse "exorcizado" ou apenas tivesse tomado um banho de chuva finalmente.
lembrou-se de she lost control (again) e pareceu a si mesmo
há coisas que parecem que retornam e essa idéia nos deixa apavorado...
ele precisa duma casa, dum cachorro sério e de flores no quintal... assim como um insano diz, por mais que se lave as mãos, as unhas nunca se limpam...
so, run my baby run,
corra com sua velocidade máxima, pois isso é o que mais gosta de fazer...
corra, não pule do carro, não salte do cavalo em movimento, não agora, por mais que você queira, so run my baby run...
e o ar da cidade fica mais pesado, o inverno nos encosta na parede, o que irá fazer hijo...
seu perfume não exala, nunca exalou, por mais que@
....,,,,,,,,,.........,,..........,,,,,,,,,,,,....,.,.,.,.,.,.,.,-----------------____-______---__--_-_--
amanheceu agora,
kevin vê o estrago, gigantesco, de olhos caídos
precisa de um tempo, é isso aí
fix me now, i wish you would
dói na cabeça ainda, mas ele sabe que ela sempre dói mesmo
\o\ \o\
salta do carro,
de cabelos compridos,
toca na maçaneta e kevin
ouve a entrar,
logo quando vê seu rosto
sorri

domingo, 20 de março de 2011

wind in her hair


feliz ano novo astrólogico, feliz meu aniversário também...
típico de mim roubar nome de músicas para os meus post, mas esta música merece e tem tudo a ver com hoje... uma música do adorável Motorama... ventos que anunciam o outono...
tudo que tem acontecido está faltando minha opinião... muitas coisas mesmo...
meu amado Japão sofreu sérios danos, fiquei triste por isso mas, fico espantado com a irresponsabilidade deles em ter tantas usinas nucleares, irresponsabilidade ou destino?
Eu acho que... usina nuclear é óbvio o problema delas, é anos 90 critica-las, eu lembro que sempre tive uma impressão o horrível da existência de Angra I e II, bem, que tomem conta delas, porque estas usinas, ainda mais na minha muita querida França, podem dar muitos problemas...
Revolução Árabe, oba! São os países que mais desrespeitam os direitos humanos.
Obama no Brasil, legal... Obama bin laden já diziam...
Estranho eu não ter feito nenhuma ficção, sempre a faço, será que áries vai levar tudo consigo... sei lá...
parece
que algumas coisas, já ficam pra trás
eu já me encanto por novas coisas e consigo ter aquela visão de adulto, que achei que nunca ia ter, de não gostar de chocolate...
de sorrir pra críticas, dizia Hillary Clinton: You! =]
Então, um pouquinho menos de tristeza... talvez, vou ouvir um Mgmt e algo mais feliz, o que será feliz, quero uma arte, boa, das do Van Gogh, daqueles...
vou voar, se for legal, se o tempo estiver limpo, ou se for pra ver a Gávea!

sábado, 5 de março de 2011

fora do alcance

Damien contínuo pensante, sonhador que vive barrado nos seus sonhos terrenos. Sai pela manhã pensando no mundo seu, e encontra sua cidade cinza, pintada toscamente de cal e esquecida pelo Apolo. De tudo o que lhe seduz, nada esteve ao seu alcance, as vezes, em momentos rápidos.
De muito desconforto fugiu muito e encontrou serenidade algumas vezes, pegava seu cachorro e corria com ele, para os lugares mais afastados, mais solitários, mais cheios de vida natural, a vida em si, não uma extensão da máquina da cidade... Apesar de adorar a cidade também, só gostava quando era criança pois não lhe notavam. Com adolescência começou a complicar as coisas, tudo era mais fantástico, cada coisa meio banal, então queria ir além.
Pegou seu carro, vermelho, da cor da velocidade ou ímpeto que ninguém poderia lhe tirar. Guardou um certo dinheiro, encheu o tanque, e andou até meio tanque, para que pudesse ainda voltar... A princípio andou em linha reta mas acabou desviando e entrando e pequenas estradas terra mais interessantes, conhecendo alguns becos, encontrou algumas famílias estranhas pelo caminho, não queria tanto contato, queria mais solidão mesmo mas não evitava um contato casual porque assim o seria.
Dormiu na relva, sempre imaginava sexo num lugar assim, mas ficará para a próxima pelo jeito. E lá ficou a noite, olhando as estrelas, talvez planejando sua vida por um momento, fugindo dos padrões que lhe podiam chegar a vista na cidade, queria o alto. Porque tanto lhe incomodava, conseguia muitas vezes ser chato demais pra si mesmo. No entanto isso lhe incomodava menos do que suportar usar a mesma jaqueta azul em pano cru. Não sabia como tudo ficara tão fora de sua vontade, não sabia mais como não ficar o mais distante.
Dessa vez calava suas críticas por um instante e via o que seria você, por um minuto questionava o que iria além dele e dos outros, talvez seria algo comum. Mas o que tinha certeza é que chegara a conclusões do não queria mais, do que estava velho demais e usaria sua roupa tão excêntrica quanto ele mesmo por falta de alguém mais do que ele. Isso nunca achou que pudesse acontecer, parece que parara no tempo, ou parou em meio a algum delírio que não via mais o que as coisas se tornaram, talvez devesse vivenciar a lentidão de tudo...
A primeira coisa a fazer é, saber que pode voltar...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

chiados e lindas palavras

Ouvindo algo, sentindo-se diferente, achando ainda algo legal... É muito bom se identificar com algo, qualquer algo, mesmice que corroes... Se estares escuro e algum dia clareando a escuridão e curtindo o contraste... Hoje não me forcei muito apenas quis mesmo escrever algo...
Lendo sobre astrologia, curtindo o invisível, o evitado (íssimo) assuntos, seus, só meu, tu.
Partido da emoção até razão, a paz na pele... No olhar de quem, estava afogado nas águas do fim do caminho ou da ignorância do horizonte, da sociedade perdida, quis meu caminho, sempre, não gosto de não tê-lo ou já vê-lo traçado, se quisé-lo fazer, as vezes ficou pra trás, porque eu me perdi em mim mesmo mais um vez, muita presunção né, de quem, do eu, ou do eu de mim mesmo...
Vi agora a pouco: VIRGEM : "A DOR E A DELÍCIA DE SER O QUE É " no site astrologia de cordel... A dor, física, da exaustão, da doença e a delícia, do dia, da grama... things don´t have to be this, catch on a better day... diz a virginiana... é, ser o que é, só não ser preso... só, não ouvir a última palavra, tipo, você não e depois você descer de montanha russa: eu siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim...
Bem, e cade a história que devia estar aqui... devo estar direto e muito. Mas quero meus personagens bem ativos e aprontando bastante ou com sono mesmo, até porque como sono a gente fica muito interessante (daí não tenho nenhuma analogia por enquanto mas pensei em quando estou com sono mesmo)...
E quando as coisas ficam velhas, ficam melhores, piores, ou velhas, ou nada... tempo-espaço! preciso entender isso...
que negócio cheio de buracos pra quem carrega nitroglicerina mas quem disse que não serei cuidadoso, serei?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

isso aqui não é página de recados...

mas eu quero, preciso, amarei este livro de aniversário =P
http://www.livrariaunesp.com.br/loja/produtos_descricao.asp?lang=pt_BR&codigo_produto=173

bem, como postei, terei que dizer algo né...
Então, de manhã, eu com minha mente voltando muitos anos, ao espírito de 4 anos atrás, ou da infância mesmo, bem infante, sinto estranho, mas um estranho mais diferente, eu quero o livro, eu quero fazer asas... eu quero menos, as vezes tudo é congestionado... cadê o espaço, o silêncio para serem preenchidos...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Talvez eu realmente não queira saber como seu jardim floresce

Tudo parece tão errado aqui de dentro, tão perigoso. Estou aqui preso mais uma vez na minha casa, cheia de neve lá fora, no terror que se torna essa parte da Rússia no inverno.
Está sentado o garoto em sua casa, enquanto seu pai e sua mãe trabalham e ele, inventa o máximo de coisas pra se livrar do tédio...
De manhã, há de cortar uma boa lenha para fazer seu almoço... Sua casa fica na cidade mas, como o gás é caro, seus pais preferem usar lenha. Quanto pior melhor.
Nikolai, gostava de esculpir madeira, mas isso ele achava banal... O que lhe fascinava mesmo era a siderurgia, achava impressionante como construir as mais fantásticas coisas através de ferro e fogo. Porém isso não era pra ele, um cara como ele deveria seguir nas áreas humanas, das artes ou da informática, porque é o que há para os russos no momento, quanto mais delicado e aprimorado seu trabalho mais você era reconhecido, ele não, queria quebrar tudo e construir a coisa mais impossível. Talvez ele preferisse ser operário do que um engenheiro, estava no sangue, mas seu caminho apontava pra outro lado. Um mundo de sarcasmo e ironias que ele não sabia como agir.
Conhecia-o ele, grandes autores, grandes maestros, grandes cachorros mas, isso deixava ele tão no gueto quanto qualquer traficante precoce.
Lhe interessava a natureza, natureza das coisas, até a natureza humana... Mas o desapego ao ser dos últimos tempo ou o valor pela despersonalização...
Pelos mesmos ursos de pelúcia, até mais...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

victory gin

A realidade tem sido relativa ao meu ponto de vista nos últimos anos. O que é real absolutamente não sei se é no coletivo e se necessita ser. Mas gera um desconforto não ter a realidade como nossa aliada.
Eu piro com "essa" realidade há muito tempo mas antes achava que não se podia sair dela, não que hoje eu ache, só penso duas vezes (e meia).
Não sei se isso tem a ver com tristeza, curiosidade ou esquizofrenia; achar as coisas muitas estranhas e achar que só você tem certeza da verdade.
Colocamos uma lente com a qual vemos cada um mundo nosso, que poucas vezes se confunde com mundo de outros. Ontem, eu pensei em que a leitura é uma forma de vício como outras, na qual você só quer fugir de realidade e uma das maneiras mais eficientes de fazer isso. Percebi que era não mais do que isso que eu queria quando lia um livro durante uma hora por exemplo e,. A gente necessita disso fugir da realidade... e tem... tantas outras maneiras de fazer isso mais evidente tipo álcool, tabaco, dormir, dopar, talvez às vezes sexo e trabalho também mas aí depende, porque esse últimos podem ter trazer mais pra realidade ainda, também queremos isso em determinados momentos, quero sentir mais a própria pele, corpo, a vida física, material, labial.
Mesmo assim não fujo do meu ponto de partida da realidade distorcida de se viver e de que se é que é muito invisível e questionada, penso, o que ser o ser, algo construído de muitas outras e isso te torna algo ou uma soma, ou uma soma é algo ou uma soma é as outras coisas ou a coisa nova em si do começo ou algo que se é acrescentado tipo emendas da constituição...
Destruir-se a si mesmo e voltar ao início, talvez seja a forma de voltar a realidade, voltar ao campo de trigo em paisagens pictóricas que parecem bem mais real do que um estacionamento que parecerá sempre não real, ou eu que piro demais com a natureza...
Doente, doença, um meio permanente, às vezes de fugir, escapar... negativamente aceitável e procurando declarado ou não por alguns, seja doença evidente ou não também, realidade essa de farsas mundanas em qual vê-se o o aceitável pra cada qual, qual interesse, qual sonho. Algo triste tudo isso.