quinta-feira, 1 de junho de 2017

Fruta cor

Depois de uma certa idade as coisas mudam de lugar, os sinais tem outros significados.
Pablo vivia em uma agitada metrópole, encarando o trânsito diariamente para chegar ao seu trabalho. A camiseta ainda remetia ao seu passado, sua juventude, ou tal qual seria pertencente os personagens de histórias em quadrinhos. Era uma adulto jovial, um jovem atemporal, cheio de velhos costumes.
- Quer comprar chiclete? - disse o vendedor no sinal.
- Não, obrigado. - respondeu Pablo meio sem jeito.
E assim passava o rapaz que talvez teria sua idade para os outros carros. Juan, era o nome do morador de rua daquela mesma cidade. Tentando buscar a sorte na metrópole, acabou sem emprego e sem moradia. Depois de morar na casa de amigos, em albergues, acabou dormindo um dia ou outro na rua e acabou morando nela mesmo. Parecia que era o final da sua vida, estava sem esperanças mas ainda lhe restava o espírito de sobrevivência. Isso lhe fazia correr atrás de comida, de abrigo, de calor ou de um mínimo de prazer próprio. Com as esmolas que ganhara muitos vezes comprava uma caixa de chicletes para capitalizar seu dinheiro, assim daria para garantir a comida de alguns dias.
Lurdes chegara mais uma vez à praça central da cidade onde havia muitos moradores de rua, levava sopa junta com os colegas de sua igreja.
No final da tarde chovia, Pablo voltava para casa enquanto procurava alguma marquise para se abrigar e Lurdes preparava o jantar para sua família. No final das contas, essas pessoas dentre das suas diferenças não queriam ser só, sozinhos desapareciam seus defeitos e suas qualidades mas também sua vitalidade. No próximo amanhecer desempenhariam mais uma vez seus personagens e procurariam significados para isso.