domingo, 3 de julho de 2011

mãos amarradas

Eu sei que esta época tem trazido não sei porque um sentimento de falta de assuntos, de escrita, de acomodação. Não sei se é o frio, mas parece que o ativismo está sendo colocado como fora de moda, como ultrapassado. Eu estou me sentindo assim também, desesperançoso e com frio, porém com muito esforço e algum tempo livre estou tentando quebrar esse paradigma ridículo. Vejo a cansaço, a acomodação tomar conta dos mais libertinos, e jovens tímidos começarem a nos ensinar. Lógico que gerações são superadas, mas ainda temos muito que causar.
Em nome do medo dos mais velhos, dos mais acomodados, que não querem o novo, as coisas ficam mais difíceis ainda para quem luta pelos seus direitos, pela natureza, pelo misticismo, pelo emprego, pela alegria, por uma noite de farra e bebedeira. Os que conseguiram chegar na lama da aceitação dessa sociedade podre querem arrastar os outros. Como se não fosse o bastante muitos não quererem mudar o mundo, ainda usam de artifícios para ficarem por cima e mostrarem que não são eles os errados e dizer que tudo está tudo bem.
Agora tenho visto posso ter paciência e não ser tirado do sério por qualquer moralista de pijamas e não ter vergonha de ser um ativista ou de querer ser pelo menos.
Muitos usam de uma extravagância para tentar passar alguma coisa nova mesmo sendo cada vez mais retrocessos. Se vê muitos programas de televisão ou revista que investem muito mais em alegorias e cenários que parecem novidade mas são coisa da vanguarda da primeira metade do século passado. Apesar de a moda e a arte ser muito útil para as mudanças essenciais da vida, do mundo, do isso que vivemos que não conseguem explicar. Mas a moda e arte não são valorizadas em sua essência e sim seus pseudos.
Para se ter uma ideia de como essa sociedade quer continuar atrasada é caso do STF julgando sobre assuntos que devia ser por aclamação popular. Mas diria que o STF tem forçado a justiça no Brasil, tem sido bom até agora mas muito devagar. Enquanto as leis caminham devagar a sociedade está paradíssima.
Tento tirar raiva de nós jovens, amantes, para que não nos destruam por dentro. Se não nos ajudam vamos tentar nos ajudar. Reunir o mínimo de capacidade que os jogados pelas ruas reúnem e se organizar, já diria GLEE. Fazendo as coisas que com humor pelo menos da uma pequena proteção contra esses estagnados que pensam já terem ganhado a guerra desta século. Apesar de hoje não sermos tão chamativos como a juventude de 6o's, temos muita vontade e pretendemos fazer muito sexo ainda.
Os vícios tem sido um fator chave, uma arma muito boa pois é rejeitada pela sociedade mas muito usado por todos, tá levando os jovens de hoje para os extremos, seja de suas realizações ou de perdição total. A decadência da maioria dos passionais de hoje é um apreço a viver muito bem vivido e um protesto a imobilidade das coisas, a fuga das coisas, da cegueira. Se somos obrigados a viver assim, não seremos seus escravos competentes, destruiremos em nós tudo que servir de uso para vocês: patrões, religiosos, pedófilos de família, cidadão de bem.
Paralisado pode estar nossos corpos, nossas marchas mas por enquanto não nossos sonhos que dividimos no trabalho forçado, nas prisões, nas bocas de fumo, na fila do hospital.
"Baby, baby
Ain't it true"

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