sábado, 5 de março de 2011

fora do alcance

Damien contínuo pensante, sonhador que vive barrado nos seus sonhos terrenos. Sai pela manhã pensando no mundo seu, e encontra sua cidade cinza, pintada toscamente de cal e esquecida pelo Apolo. De tudo o que lhe seduz, nada esteve ao seu alcance, as vezes, em momentos rápidos.
De muito desconforto fugiu muito e encontrou serenidade algumas vezes, pegava seu cachorro e corria com ele, para os lugares mais afastados, mais solitários, mais cheios de vida natural, a vida em si, não uma extensão da máquina da cidade... Apesar de adorar a cidade também, só gostava quando era criança pois não lhe notavam. Com adolescência começou a complicar as coisas, tudo era mais fantástico, cada coisa meio banal, então queria ir além.
Pegou seu carro, vermelho, da cor da velocidade ou ímpeto que ninguém poderia lhe tirar. Guardou um certo dinheiro, encheu o tanque, e andou até meio tanque, para que pudesse ainda voltar... A princípio andou em linha reta mas acabou desviando e entrando e pequenas estradas terra mais interessantes, conhecendo alguns becos, encontrou algumas famílias estranhas pelo caminho, não queria tanto contato, queria mais solidão mesmo mas não evitava um contato casual porque assim o seria.
Dormiu na relva, sempre imaginava sexo num lugar assim, mas ficará para a próxima pelo jeito. E lá ficou a noite, olhando as estrelas, talvez planejando sua vida por um momento, fugindo dos padrões que lhe podiam chegar a vista na cidade, queria o alto. Porque tanto lhe incomodava, conseguia muitas vezes ser chato demais pra si mesmo. No entanto isso lhe incomodava menos do que suportar usar a mesma jaqueta azul em pano cru. Não sabia como tudo ficara tão fora de sua vontade, não sabia mais como não ficar o mais distante.
Dessa vez calava suas críticas por um instante e via o que seria você, por um minuto questionava o que iria além dele e dos outros, talvez seria algo comum. Mas o que tinha certeza é que chegara a conclusões do não queria mais, do que estava velho demais e usaria sua roupa tão excêntrica quanto ele mesmo por falta de alguém mais do que ele. Isso nunca achou que pudesse acontecer, parece que parara no tempo, ou parou em meio a algum delírio que não via mais o que as coisas se tornaram, talvez devesse vivenciar a lentidão de tudo...
A primeira coisa a fazer é, saber que pode voltar...

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