tag:blogger.com,1999:blog-4140871282870923942024-03-05T02:13:47.738-03:00Casa da Quimera | ContosHistórias, recordações e fatos do cotidiano. Pequenos detalhes da vida que nos passam despercebidos.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.comBlogger101125tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-3707621178813074302019-08-25T17:25:00.000-03:002019-08-25T17:25:26.517-03:00Jirau<div style="text-align: justify;">
Ouvi dizer que o jirau é uma bancada ou espécie de mesa feita da maneira o mais simples possível para se colocarem objetos. Também ouvi falar que jirau é um local que serve como depósito ou um quarto improvisado. É interessante como algumas coisas funcionam muito bem feitas de maneiras bem simples e outras precisam de uma perfeição eterna e difícil de se alcançar.<br />
Os clientes normalmente querem algo que é raro, o único, o que é difícil de se executar. Assim um por exemplo um certo alfaiate vive nessa rotina e acaba até dificultando coisas simples. Tenta fugir da rotina não seguindo roteiros, assim faz suas peças sem encomenda, com seu próprio gosto, sentindo-se vivo, livre. Tem uma boa experiência em fazer o que não gosta mas quando seu trabalho torna fácil começa a cair a suposta qualidade. Por outro lado, suas técnicas ficam cada vez melhores e seu prazer cada vez menor. Assim é raro achar um cliente interessante ou mesmo uma pessoa interessante na sua vida.<br />
Hoje já não se tem mais lazer. Só trabalho dificultoso o distrai. Por isso não consegue se distanciar dos desafios por achar entediante. Por mais que faça o que gosta, o trabalho endurece o ser. O descanso é bastante somente para aguentar as rotinas de trabalho. Fazer o que gosta pode-se enjoar, porém seria egoísta não oferecer seus talentos à sociedade, de uma maneira ou outra tem que se fazer alguma coisa.<br />
Assim segue seu trabalho tentando ser no mínimo perfeito para si mesmo. Pode realizar todo o processo para confecção das mais belas peças do vestuário feminino mesmo assim ainda tem muito que aprender deste ofício. Mesmo produzindo suas encomendas as pequenas críticas ainda o afetam bastante. Se tortura a cada erro cometido mesmo sendo praticamente impossível não cometê-los uma vez ou outro. Tentando ser a si mesmo o seu melhor erro. Um belo jirau.<br />
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Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-54674462639797243352019-07-31T23:27:00.000-03:002019-07-31T23:27:02.869-03:00Modus operandi<div style="text-align: justify;">
Sem pieguices ou prepotência depois dos 30 deixamos de viver no modo automático. Necessitamos buscar conteúdo e nos reprogramar completamente dando sentido à nossa existência. Faz muito tempo que percebi que minha mãe se apegou bastante à religião depois dos 30 anos e partir disso percebi que acontece isso com muita gente. Alguns acabam buscando uma maneira mais filosófica de encarar a vida, ou se dedicam algum estilo de vida mais regrado ou profundo. De qualquer maneira depois dessa idade as pessoas parecem precisar dedicar sua vida de maneira mais séria a alguma coisa, pode ser até à maternidade, trabalho, carreira acadêmica ou mesmo a uma ideia.</div>
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O vida por viver da juventude vai morrendo ao chegar dos 30 e a gente se agarra a algo para lutar pela sobrevivência. Percebemos algo se destruindo em nós mesmo que corremos desesperados para vários lados e ficamos inicialmente no mínimo mais sério. Começamos a criar ditados populares que antes no máximo repetíamos alguns, precisamos de roteiros para atuação, de receita para cozinha, de conceito e partido arquitetônico, de layout, de que casamento necessita de amor, a usar gravata, a acordar cedo, a trabalhar, a cuidar da saúde, a beber se não bebia, a parar de beber se bebia, a conversar na esquina com um conhecido, a não alongar muito as conversas, a pensar na vida além da morte. Apesar de acreditarmos ou não no que vem depois da morte paramos para pensar nisso, tentamos encaixar isso na nossa maneira de viver.</div>
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Não é que sejamos mais responsáveis mas talvez tenha a ver com o peso. É uma espécie de nova necessidade essencial que antes não existia. A explicação bem explicada bem coesa nos é necessária agora. A religião passar a fazer todo sentido mesmo e isso é muito estranho, não é a mesma religião, aliás ela acaba por nos ser pouca. Criamos nossos próprios dogmas pela extrema necessidade e nos assustamos com isso, algo que talvez em 40 ou 50 ou 60 nos seja mais plausível. Criamos poemas mas queremos mais é lê-los, digeri-los. O ego da realização não algo tão satisfatório mais, nessa fase o que mais queremos é terminar o dia bem.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-73698426375568054222018-07-10T20:02:00.002-03:002018-07-10T20:02:30.989-03:00Cavalo de força<div style="text-align: justify;">
Somente quer correr e procurar locais espaçosos com novos pastos. Assim também pode gastar toda sua energia sem se preocupar com os obstáculos no meio caminho. Por isso não lhe é agradável espaços pequenos ou objetos frágeis que possa quebrar, em tais espaços teria que medir sua força e correr contra sua natureza. A cidade muitas vezes lhe traz um grande desafio para respeitar os caminhos e a multidão, por isso prefere ser guiado por algum habitante experiente. Quando se trata de trabalho sua força vale mais que sua velocidade, mas persiste na sua liberdade. É domado mas não de todo civilizado, não segue o planejado e nem é refinado. Sempre busca a natureza selvagem e sente chuva na sua pele.</div>
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Pessoas desgovernados são como cavalos que convivem só com quem acompanha sua velocidade e não tem pouso certo. Pelo gosto de correr não percebem quando já esão tão longe para retroceder.</div>
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Partindo dessa analogia, eu mesmo tenho uma vontade de querer alcançar o que está mais além. De conhecer pessoas novas ignorando as sutilezas da sociais. Me interesso pelas coisas místicas que parecem não ter sentido e que não sei se me serão úteis. Assim prefiro fazer o que todos fazem para as coisas mais banais mas procuro conhecer sempre novas possibilidades.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-920478265111593322018-04-12T23:33:00.003-03:002018-04-12T23:33:40.998-03:00A RosárioDona Lurdes chega na cozinha e começa dar as tarefas para o dia a Rosário:<br />
-Passa um café novo agora pra manhã. Pro almoço faz um arroz branco, apura o feijão e uma carne de mistura. Tira as roupas que tão no tempo porque parece que chove hoje, coloque no cesto. Minto, já coloque no amarinho e chaveia pra crianças não sujarem. Coloca a coca no congelador e bate um omelete.<br />
-Dona Lurdes precisa comprar um vidro de veja e de cândida, o omo tá no final também. Precisa fazer a feira também, comprar um mamão macho, abobrinha cabotiã, mandioquinha e cheiro verde.<br />
-Rosário, faz que você passou pela Parigot de Souza? Será que a feira já abriu? Já abre as janelas pra entrar dar uma ventilada, essa casa abafada. Já passa um pano na sala para tirar o pó.<br />
-Depois a senhora já me adianta algum, quero fazer mercado hoje aí hoje a noite já faço o bolo da Stepanie, vou fazer duas receitas só para o povo da vila e os parentes.<br />
-Já vou indo antes que o sol esquente, bom dia.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-40761934631848178242018-01-21T13:58:00.002-02:002018-01-21T13:58:54.504-02:00Americano<div style="text-align: justify;">
- Bom dia, por favor, me pegue um café.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Aqui está senhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Obrigado.</div>
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- Que horas são?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Já passa das sete da manhã.</div>
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Queria comer um croissant antes deixar o local a caminho de seu trabalho. Estava um tanto jetleg pela vinho e cannabis do dia anterior. Iria a pé para o seu trabalho para economizar o dia dinheiro do ônibus. Não ligava em ir a pé, mas às vezes chegava um tanto cansado e suado no serviço que ficaria o dia inteiro. Seu almoço seria apenas um sanduíche por isso tentava economizar o máximo de energia corporal, mas está conta estava longe de chegar um a coeficiente positivo. Pois muito do seu trabalho despendia enorme energia mental.</div>
<div style="text-align: justify;">
Depois do dia de trabalho, as coisas de seu trabalho quanto mais a via, mais distante o via distante de seu trabalho, já não fazia mais sentido. Ficou deitado na sua cama e comeu algumas bolachas que tinha, leu um pouco de um livro. Foi para a frente da pensão e fumou um cigarro que o deixou totalmente atordoado. Sabia que ficaria assim mas quis correr o risco.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi dormir e preparar para mais um completa rotação do planeta.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-12049971896283365612017-08-21T23:29:00.002-03:002017-08-21T23:29:28.805-03:00Cicatriz<div style="text-align: justify;">
Já cantavam há algum tempo que animal ferido domesticado esquece o risco. Quando passamos uma certa idade das nossas vidas desapegamos a algo que era temporário que nos tornou familiar e confortável. Depois de tanto andar com os curativos daquela ferida agora chega a hora de sarar, de deixar a cama e ir para a luta. Chega a hora de seus pais não te darem mais aquela sopa, nem talvez porque você precisasse de alguém para o alimentar, mas de alguém para te fazer companhia. Pegando o ônibus que vai para longe de sua cidade natal, que vai te afastar de sua província por muito tempo no calar da noite. Vendo as luzes da cidade passando por você até ficarem distante e apenas restar a escuridão da estrada, o barulho do motor e algumas lágrimas salgadas. É uma pele que cai e arde pela sensibilidade da nova, estranha ao mundo. O que era comum agora fica raro, o que era banal agora fica essencial. Parece estar em país estrangeiro mesmo rodeado de lugares comuns. Sabe que precisa encarar com sentimento maduro o que lhe causa temor infantil. Um temor que lhe entristece mas que não o impede. Procurando um calor fundamental à sua alma em meio a frieza do real. O real que é menos romântico que sua imaginação e se apoia no primeiro sorriso sincero descompromissado.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-35622836642922080772017-06-01T21:35:00.003-03:002017-06-01T21:35:54.124-03:00Fruta corDepois de uma certa idade as coisas mudam de lugar, os sinais tem outros significados.<br />
Pablo vivia em uma agitada metrópole, encarando o trânsito diariamente para chegar ao seu trabalho. A camiseta ainda remetia ao seu passado, sua juventude, ou tal qual seria pertencente os personagens de histórias em quadrinhos. Era uma adulto jovial, um jovem atemporal, cheio de velhos costumes.<br />
- Quer comprar chiclete? - disse o vendedor no sinal.<br />
- Não, obrigado. - respondeu Pablo meio sem jeito.<br />
E assim passava o rapaz que talvez teria sua idade para os outros carros. Juan, era o nome do morador de rua daquela mesma cidade. Tentando buscar a sorte na metrópole, acabou sem emprego e sem moradia. Depois de morar na casa de amigos, em albergues, acabou dormindo um dia ou outro na rua e acabou morando nela mesmo. Parecia que era o final da sua vida, estava sem esperanças mas ainda lhe restava o espírito de sobrevivência. Isso lhe fazia correr atrás de comida, de abrigo, de calor ou de um mínimo de prazer próprio. Com as esmolas que ganhara muitos vezes comprava uma caixa de chicletes para capitalizar seu dinheiro, assim daria para garantir a comida de alguns dias.<br />
Lurdes chegara mais uma vez à praça central da cidade onde havia muitos moradores de rua, levava sopa junta com os colegas de sua igreja.<br />
<div style="text-align: justify;">
No final da tarde chovia, Pablo voltava para casa enquanto procurava alguma marquise para se abrigar e Lurdes preparava o jantar para sua família. No final das contas, essas pessoas dentre das suas diferenças não queriam ser só, sozinhos desapareciam seus defeitos e suas qualidades mas também sua vitalidade. No próximo amanhecer desempenhariam mais uma vez seus personagens e procurariam significados para isso.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-35758220836712272502017-02-08T23:16:00.001-02:002023-09-10T12:43:17.366-03:00Facilidades cotidianas<div style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">Um teste, uma desculpa, um pretexto, uma escolha aleatória para uma facilidade cotidiana. A rotina nos faz pessoas automáticas que executam as mesmas tarefas sem pensar. Uma pessoa que tem os mesmos desgostos automáticos e não ouve a opinião diferente da sua da pessoa que está a sua frente se esforçando para tentar lhe mostrar algo. Algo que nem ela mesma sabe, que ela esta tentando construir com você, esse momento de sabedoria, de descoberta, e você não presta atenção, não recua por um momento das suas certezas, das suas verdades relativizadas por <i>Hegel.</i></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">O músico toca a mesma canção em seus concertos, aquela única que fez mas sucesso, mas que menos lhe representa algo. Seus sentimentos profundos estão perdidos naquela faixa do álbum que toca e ninguém percebe. Talvez alguns a ouçam e pensem o que não quer dizer. Às vezes nossos pensamentos devem ser expostos mais claros, porém nem ao menos nós mesmos sabemos claramente o que sentimos, ficamos perdidos no significados daqueles sonhos mais confuso que um filme alternativo. Nossas emoções não se decifram de maneira racional e cartesiana. Nossas emoções muitas vezes são explicadas por dias de fúrias repentinas que nos prejudicamos ou naqueles momentos de tristeza que deixamos de ir naquela festa que queríamos tanto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Trebuchet MS, sans-serif">O cidadão que respeita os contratos sociais e a ordem estabelecida rejeita formalmente seus amores em nome da justiça e legalidade. Ele esquece dos seus sonhos e foca na execução de tarefas repetitivas no seu dia a dia, buscando a perfeição e banalização delas. Mas seus sonhos são sonhados à noite, disfarçados em meio a cavalos aparecem no meio dos carros de uma avenida movimentada e de repente está em outro país conversando em qualquer língua, nossos sonhos tão possíveis quanto queríamos que os fossem.</span></div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-86795344639755744362017-01-21T16:27:00.000-02:002017-01-21T16:27:01.196-02:00Difícil de acharEstou a procura daquele detalhe, daquela obra de arte que sinto essencial só quando a encontro. O belo cotidiano, o plastificado parecem esconder a verdadeira beleza natural. A essência solar é difícil de achar, pois o sábio carrega a luz coberta para que essa não cegue a quem não está acostumado. O garoto gostava do clima nublado e do barulho da chuva e do que não sabia descrever. Às vezes teve certezas fracassadas e amigos invisíveis.<br />
Martin pensava poder controlar o tempo, pois quando estava chateado acontecia grandes tempestades e vendavais. Talvez o tempo o controlava ou era só uma coincidência. Gostava de se apegar a essas incertezas e era difícil conviver com o mundo exato e belo. O mundo maquiado, penteado, drapeado e chaveado. Deixara as janelas abertas que a chuva molhou seus móveis e apenas os secou e pensou se essa água os estragaria ou se só não gostava de ver as coisas molhadas. Contemplou a tristeza como um estado de paz interior e quietude, talvez não fosse a tristeza em si e sim uma tristeza perto da euforia do mundo a sua volta. Se emocionou com os acordes de uma música que nunca ouviria mas que lhe completamente familiar. Amou as pessoas erradas e as certas, odiou a todos nos dias que estava cansado e dormia quando chegava do trabalho e ficava acordado de madrugada contemplando coisas só suas, pesquisando sobre história, arte e vidas.<br />
Comprou chapéus e sapatos em um brechó e os usou muito pouco. Usou muito camisas xadrez, bebeu café pelas manhãs solitárias e gostou.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-75769891460759418862016-09-22T20:28:00.003-03:002016-09-22T20:28:44.664-03:00Um projeto para dar erradoOfélia olhou pela janela de sua sala e viu que atravessando a parede havia um muro com arame farpado em cima dele. Pensou quantas paredes existiam ali para proteção, interrupção, contenção e controle. Quanta estagnação essas paredes geravam, como a enclausuravam, a desesperava e a machucava. Sentou no chão, embaixo da janela e sentiu a rigidez daquela parede que a segurava, pensou nela todas a situações que a imobilizava, pensou nas pessoas como paredes. Nas críticas, críticas, críticas que lhe adentravam a alma, que entravam pela sua boca e até o estômago e ali ficavam, pesando lá dentro.<br />
Por cima do muro podia ver as pessoas que passavam na rua, essas pessoas não viam ela, não se comunicava com ela, esse muro bloqueava o contato. Ela gostava muito de andar em pontes, sejam que passem por rios ou por estradas, aquelas que têm peitoril vazado, que dão medo mas lhe possibilitam se conectar com o vazio. Nas pontes as pessoas se conectam, muitas vezes nos deparamos com uma pessoa vindo no sentido contrário, que divide conosco uma passagem estreita, que nos troca olhares, nos sorri, nos ignora.<br />
Se lançou a um plano, uma vontade, um desejo que não tivesse sucesso. Queria algo não terminado por que estava com medo do sucesso. Decidiu pintar um quadro, de um muro, mal sabia pintar. Começou uma parte e parou, deixou jogado no seu quarto. Um dia colocou na frente da sua casa para que jogassem no lixo ou alguém o levasse; no outro dia não estava mais lá. Talvez tivera sucesso, alguém tivesse gostado ou apenas aproveitasse para reciclar o material. Viu que pintar não era para ela ou simplesmente não queria.<br />
Começou então a montar um jardim no fundo de sua casa. Como tinha como objetivo errar, não se preocupou com nada e plantou alguns tipos de flores e plantas, sem ao menos saber como deveria proceder. Ao fim de alguns meses se dedicou as plantas que sobreviveram, foram poucas, mas pelo menos tinha algo para cuidar. Continuou cuidando mais ou menos daquele jardim, até que ficou bom, mas sem mais preocupações de errar ou acertar.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-52092259791610876832016-06-20T21:23:00.002-03:002016-07-06T12:57:53.824-03:00Garota inglesa<div style="text-align: justify;">
Aquele menino jogava pedras na árvore na tentativa de conseguir degustar algumas amoras que tivesse a sorte de apanhar. Ele e outros garotos faziam isso no intervalo da escola, isto lhe rendia como preço algumas manchas vermelhas em sua camiseta branca de uniforme escolar. Embora todas as amoras fossem doces, sempre haveria uma esperança que a próxima teria o melhor sabor que pudesse experimentar. Por vezes era difícil de perceber a fruta pendurada nos galhos, pois naquele horário do dia fazia sol e lhe ofuscava a visão. Mesmo assim o sabor de uma amora doce lhe era recompensador.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Sabe Hugo, outro dia vi um filme de uma garota que morava em numa casa muito rica na Inglaterra e fugia de lá em busca de um rapaz que se apaixonara, mas se arrependia e acabava trabalhando para se manter até que descobrisse o verdadeiro amor.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas quem iria largar uma família para ter que trabalhar para sobreviver?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Bem, eu me pergunto se isso seria mesmo possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, naquela época grandes questões não lhe ocupavam muito a mente pois eles tinham outros planos para o dia como escalar árvores, apostar corridas e observar os insetos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi embora, no caminho de casa observava o batalhão da polícia que próximo a sua escola. Tinha certo fascínio por policiais e soldados, acho que seria aquela visão de infância que comparava uniformes as super-heróis. Passou na loja de doces e comprou chocolates e algumas balas, naquela época os doces eram realmente baratos. Chegou em casa e comeu seu almoço e depois ficou deitado olhando pela janela onde via o céu alguns aviões passarem. Na televisão passava o telejornal onde nenhuma notícia lhe tirara a atenção.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-26646216576993147842016-04-07T20:26:00.005-03:002016-04-07T20:26:43.878-03:00Peixes 2 - Portugal<div style="text-align: justify;">
- Você está muito bonita Bárbara.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Obrigada. Aliás, preciso comprar umas roupas novas, acho que estou há umas três coleções atrasadas.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Você segue essas coisas?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Não. - riu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela tinha acabado de chegar a escola que dava aula, um pouco cansada pois teve que caminhar uns vintes minutos da sua casa. Havia dormido tarde pois recebera algumas amigas em casa e depois disso ainda preparou algumas coisas para aula. Esperava por uma mais aula desgastante. Não que não gostasse de dar aula, mas também não podia negar que as coisas fossem melhores um pouco. Entrou na sala observou os alunos e começou a preparar seu material enquanto esperava que as crianças começassem a se aquietar. Era sempre essa rotina, sabia que sempre tinha que dar um grito ou outro para fazer com que eles sossegassem.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Professora, tinha alguma tarefa para hoje pois eu acabei me esquecendo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Bem, tinha, mas não tem problema.</div>
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A velhas desculpas de seus alunos, por melhores que fossem as suas notas sempre tinha uma desculpa na ponta de língua. A aula correu sem muitas emoções. Cumpriu seu dever em ensinar-lhe algo sobre matemática e ciências. Também fora bem sucedida em não entediá-los muito. Sabia que aula não era a coisa mais legal do mundo, pois pensava se até muitas vezes não queria estar naquela sala, imagine os alunos. Mas algumas vezes na cara de seus alunos uma alegria de estar ali.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Alunos, já estão dispensados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os alunos foram saindo aos poucos, uns mais rápidos outros permaneceram mais tempo na sala. Ela em poucos minutos já estava em seu caminho para casa. Decidiu tomar o caminho mais longo na tentativa de ver algo diferente pelas ruas. Passou pela feira e comprou um pastel pois não estava como a mínima paciência para preparar algo para comer. Chegou em casa, seu gato recebera. Ela adotou esse gato de tanto ele ficar na sua porta pedindo comida. Mas por incrível que pareça no meio de tantas outras pessoas, talvez o gato tenha adotado a ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-29858733035409684242016-03-08T20:37:00.001-03:002016-03-08T20:37:16.737-03:00Peixes- Olá senhor, porque tocar sempre esta música?<br />
- Porque é a que eu sei tocar melhor e a que o povo mais pede.<br />
- Mas é a que mais gosta?<br />
- Não, você gosta?<br />
- Não.<br />
- De qual você gosta?<br />
- Eu gosto de Beatles.<br />
- Bem mais sempre você ouve Beatles?<br />
- Ultimamente não, ouvia mais.<br />
- Bem, então não quer que eu toque alguma outra?<br />
- Mas que Beatles é algo que sei que gosto.<br />
- E poderia ouvir algo novo também.<br />
- Tudo bem, então toque alguma música.<br />
- Bem, vou tocar uma que compus sobre a minha infância.<br />
...<br />
- Interessante, podia tocar essa mais vezes.<br />
- É que as pessoas não gostam muito de ouvir coisas novas.<br />
- É mesmo, parece que tudo é sempre a mesma coisa.<br />
- Por melhor que a seja, algo que seja bastante repetido tende a incomodar.<br />
- Porém nem sempre é preciso mudar, talvez se reinventar.<br />
- Pois é, até porque nos faz bem carregar algo familiar.<br />
- Pensando bem acho que as pessoas gostem de ouvir essa música que você toca porque lembra algo familiar.<br />
- Pode ser, as músicas mais populares unem as pessoas de uma certa maneira.<br />
- Sim, refletem também algo ultrapassado.<br />
- Alguns chama de clássicos.<br />
- Talvez eu só entenda isso quando estiver mais velho.<br />
- Bem, Beatles é uma banda bem antiga, não é?<br />
- É um clássico, não é.<br />
- Talvez você ainda goste dessa música.<br />
- Pelo menos irei lembrar desse momento.<br />
- Boa sorte.<br />
- Continue a animar as pessoas com sua música, bom dia.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-38083634440206530242016-02-25T13:43:00.003-03:002016-07-05T21:26:23.437-03:00Como fazer você mesmo<div style="text-align: justify;">
Este é um pequeno relato sobre a história de Johnny, um morador de uma cidade pequenina na região montanhosa mineira. Desde criança morava ele, sua mãe e um cachorro numa casa pequena próximo ao bosque da cidade. Ele era um garoto curioso e adorava ver as formigas no jardim ocupadas nos seus afazeres diários. Também ficava por muito tempo observando as plantas e imaginando o que elas estariam pensando. Gostava de fazer experimentos com fermento de bolo, adicionando água e vendo a reação que acontecia, ou seja, era fascinado pelos fatos da natureza.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estava um dia em sua casa e havia algumas visitas que ele não conhecia.</div>
<div style="text-align: justify;">
- O que pretende fazer quando crescer? - perguntou a moça curiosa.</div>
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- Gostaria de ser um astrônomo. - respondeu ele de forma apaixonada.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas você não quer ganhar dinheiro? - indagou a moça supresa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mal sabia essa moça que astrônomos ganham muito bem e muitos menos que ele não seria astrônomo. Como gostava da natureza mitas vezes ficava até tarde no bosque. Imaginava que estava numa floresta bm longe da civilização, que conseguiria viver ali com o mínimo de tecnologia possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
A medida que envelhecia ia afastando desse seu lado mais selvagem e ia para um estilo mais urbano. Porém certa vez quando acampava com seus amigos se perdeu do grupo. Ficou isolado numa parte distante duma floresta real sem saber o que fazer. Era seu sonho que agora podia ser um pesadelo. Acho um local local que pensou ser seguro para dormir, de certa maneira estava com medo, não sabia do que e era exatamente esse o problema: o que poderia acontecer? A medida que ia adormecendo esqueceu seus medos e pensou na sensação daquela solidão que fazia lembrar da sua infância e da fascinação pelo universo e aquela era uma ótima sensação. Imaginou que ficaria ali por muito e ja pensava o que poderia conseguir para comer naquele local.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele nunca pensaria que seus amigos o achariam tão rápido, mesmo que tenha sido ao amanhecer. Ele estava feliz por estar a salvo mas uma certa tristeza havia como se sentisse que deixasse sua verdadeira casa.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que bom ver vocês. - disse ele com um meio sorriso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, sorte sua termos achado você pois aqui é bem perigoso. - disse o chefe da excursão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Prometo tomar mais cuidado. - respondeu ele obviamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos embora? - indagou um de seus amigos.</div>
<div style="text-align: justify;">
É, vamos. - disse ele pensando que de alguma maneira levaria algo dali.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-9225823317520622832016-02-11T22:41:00.002-02:002016-07-05T22:02:53.455-03:00Assim como Machado de Assis-Boa noite.<br />
<div style="text-align: justify;">
Disse o senhor que se aproximava do guichê, possivelmente com objetivo de comprar bilhetes para o próximo trem. Ele vestia um sobretudo preto até o pé onde dava para ver a ponta dos seus sapatos igualmente pretos. Na mão carregava uma mala marrom que parecia estar muito pesada a ver pela sua postura corporal. Por debaixo do sobretudo era possível perceber que havia um elegante terno e na cabeça um chapéu. Esta noite estava fria e havia uma névoa que dificultava a visualizar o redor da estação. Poucas pessoas pegavam o trem da meia-noite, normalmente as que estavam atrasadas para algum compromisso para o dia de amanhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Boa noite, lhe aviso que há somente bilhetes para a cidade vizinha, onde amanhã de manhã você possa pegar o trem para locais mais distantes.</div>
<div style="text-align: justify;">
O moço ficou a olhar fixamente para o bilheteiro enquanto pensava se valia a pena partir agora. Visto que não tinha para onde ir pensou em seguir seu caminho. Ele ainda teria muito tempo de viagem até chegar ao seu destino. Essa névoa representava bem sua sensação sobre o futuro, sabia que estava próximo de seus objetivos mas não podia enxergá-los bem.</div>
<div style="text-align: justify;">
-Vou nesse mesmo senhor.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-78331170528689748442016-01-25T22:27:00.000-02:002016-07-06T12:57:23.679-03:00ClareteClarete chegou cansada a sua casa. Esquentou um chá e bebeu enquanto comia algumas bolachas. Trocou de roupa e ficou de meia sentada no sofá assistindo Friends. De repente pensou e foi a casa do seu vizinho:<br />
- Boa noite. - disse ela sorrindo.<br />
- Boa noite. - respondeu ele.<br />
- Está ocupado? - como ela viu que ele não respondia ela já foi entrando.<br />
- Bem, é que eu já ia dormir. - recuou ele.<br />
- Como assim? - disse ela.<br />
- É, então, eu ia dormir, sabe não tenho dormido muito bem esses dias e decidi dormir mais cedo. - explicou ele meio cauteloso.<br />
- Eu não entendo, quando estou cansada do trabalho, depois fazer hora extra, chego meia noite em casa e você me chama para vir aqui. Eu venho volto tarde e acabo indo dormir lá pelas duas horas da madrugada. - ela retrucou impulsivamente.<br />
- Mas você está com algum problema? - olhou-a fixamente.<br />
- É... não. - disse meio contrariada.<br />
- Hummm. - murmurou ele sentando no sofá.<br />
- Nossa, esqueci algo no fogo. - gritou ela ao mesmo tempo que saia correndo pela e não voltou mais aquela noite ao apartamento do seu vizinho.<br />
Talvez sua verdadeira necessidade era dizer algo áspero a ele e extrair alguma verdade dele ou de si mesmo. Porém, só conseguiu um motivo para ir dormir cedo também.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-28752787798575296972016-01-03T17:19:00.001-02:002016-07-06T12:57:23.660-03:00Depois de zerar games e escrever romances<br />
<div style="text-align: justify;">
Estefan passou todo ano jogando videogame entre suas atividades do dia a dia. Mesmo lhe faltando tempo para suas obrigações, ele reservava momentos para o lazer digital. Fazendo que ficasse cada vez mais obcecado em passar por todas aquelas fases surreais de um jogo sem sentido algum. De certa forma, cada ponto ganho lhe trazia uma esperança, uma motivação para continuar jogando, uma motivação para acordar de manhã com ânimo para trabalhar. É surpreendente, pois aquilo que depois que cumprisse não lhe traria nenhum benefício material, aliás ele mais perdia ao tempo e dinheiro do que ganhava. Mas ganhava em bem-estar e em tranquilidade. O jogo cotidiano ainda lhe trazia um convite a sociabilidade que era pouca para ele, pois era muito reservado. Embora ele não ligasse muito em compartilhar seus feitos, isso acabava acontecendo naturalmente como parte do processo de se jogar, as vezes era útil para conseguir alguma dica de como passar aquela fase que parecia impossível. Tampouco ele gostava de jogos online onde podia conviver com pessoas a todo momento digitalmente falando.</div>
<div style="text-align: justify;">
De fato, videogame não era um meio e sim um fim. Porém, talvez isso fosse mais para sua cabeça, porque sabia que jogando vivia um mundo paralelo a de sua rotina de professor de informática. Embora seu trabalho fosse também relacionado ao mundo digital, lhe dava pouco prazer, mas era o que sabia fazer bem, ensinar as pessoas a viverem nas redes nos bits. Por vezes, encontrava alguém com as mesmas habilidades que as suas e trocava alguns momentos de conversas sobre como era emocionante a solidão conjunta a eletrônicos. Nessa sociedade dos jogos também havia mulheres, algumas com as quais se relacionou, pensava que muito provável iria casar com uma jogadora. Sempre acontecia uma paixão de verão pela cosplay do último que evento que fora para comprar aqueles jogos raros. Não via nada demais nos eventos que frequentava como alguns adolescentes os viam.</div>
<div style="text-align: justify;">
Bem, agora estava pensando em prestar uma graduação. Nesta época da sua vida os jogos o interessava menos. Procurava um desafio maior para si mesmo. Através dos sites com que compartilhava informações com outros jogadores, se interessou pelo estilo de jogo RPG, no qual as pessoas desempenhavam uma função no jogo, vivia o personagem. Esse possível jogar RPG tanto com tabuleiro tanto pela internet. Assim, começou as escrever pequenas ficções para basear os jogos. Agora precisava se reunir com os jogadores frequentemente, as vezes pessoalmente e outros online. O ambiente desses jogos em sua maioria eram vilas medievais com alguns elementos fantasiosos de mitologias antigas. Por mais que a maior inspiração para criação dessas histórias fosse o conhecimento de lendas e livros antigos, uma coisa o interessava cada veze mais e era constante fonte de inspiração. A medida que foi convivendo com as pessoas dentro desses jogos e na faculdade, foi acrescentando em suas estórias parte da personalidade das pessoas que conhecia. Assim começou a reparar nos hábitos até de desconhecidos. As suas ficções estavam além do que necessitava seus jogos e não sabia mais o que fazer com elas, através de sua faculdade de jornalismo viu que podia se tornar um escritor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sua vida agora tinha vários possíveis caminhos a seguir, mas alguns destes em direções opostas. Pelo haveria de tomar algumas decisões difíceis e conciliar atividades e pessoas divergentes. Começou a namorar uma garota do teatro que se encantava com as suas criações, porém não gostava nada do mundo digital. Ele, por mais que tenha mudado, ainda não gostava do palco e nem da exposição excessiva. Esse romance estava para se tornar uma grande sociedade com benefícios mútuos, e com possíveis conflitos entre os dois também. Percebia agora que a vida o levava para um caminho de realizações, ainda que estas vinham com a necessidade de abandonar conquistar passadas. Não sabia se isso era uma evolução ou uma metamorfose. Neste momento ele precisava de balancear as coisas, e decidiu que passaria certa parte do seu tempo desligado do mundo para deixar o mundo agir nele mesmo, perdendo o controle da sua vida e apreciar um pouco da viagem que estava fazendo.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-75473427484362805392015-12-23T00:21:00.001-02:002015-12-23T00:22:10.247-02:00Como pensei escrever no facebook a partir de Marcel Proust<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Emoções passam depois de tanto
tempo fazendo a mesma coisa, pensando no mesmo objetivo. Não sei qual dos meus
objetivos cumpri. Às vezes penso que o pior é depois de ter cumprido não sentir
nada em especial. A gente volta ao lugar que esteve e sente muito bem mesmo que
quis fugir dali no passado o mais distante possível.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Carlos ouvia seus discos do Pink
Floyd porque se identificava com aquela música tão enigmática. Para ele tudo
era muito claro, pois além de entender o que o compositor queria dizer através
da letra, a melodia falava por si só. Sentia-se único e ao mesmo tempo um tanto
solitário, o fato era que poucas pessoas tinham o mesmo gosto que o seu. Com isso
não tinha com quem conversar sobre seus sentimentos ou opiniões sobre muitos
assuntos. Caminhava sozinho até o centro da sua cidade e se dirigia a certa
praça.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ele gostava de ir aquela praça,
pois era razoavelmente movimentada lhe trazendo segurança. Mas o local em que
se sentava era mais reservado, tornando o ambiente mais propício a sua leitura.
Sentava-se num banco a beira de uma fonte, ele gosta muito da água. Não sabia
se ia nesse local com a esperança de encontrar alguém que perguntasse sobre o
que lia ou pra estar em contato com o ambiente urbano que tinha pouco que seja
de natureza também. Seu sonho era ler numa floresta, a ideia dum local cercado
de árvores o encantava. Ele tinha um receio se seria viável permanecer certo
tempo numa floresta, se poderia haver lá algum animal que o incomodasse bem,
mas tinha esse sonho.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um dia Carlos pensou em algum dos
poucos locais que ele gostasse de encontrar pessoas tendo em vista que o fascinava
locais mais solitários como as tais florestas, desertos, campos e alguns locais
urbanos. Pensou que talvez uma livraria ou um café que lhe agradasse, isso lhe
conferia demasiado requinte. Pensou agora se não houvesse locais mais
convencionais.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse local poderia ser um bar em
que pudesse sentar numa mesa para olhar a rua. Melhor ainda se fosse numa
cidade litorânea que pudesse contemplar o mar. Foi ao bar que ficava próximo a
sua casa, pediu uma cerveja para que pudesse ficar ali por algum tempo. Como o
local estava um pouco cheio, um senhor pediu para dividir a mesa para sua
cerveja também e poder fumar, visto que no interior do bar não podia.
Conversaram poucas coisas, o senhor falou que gostava de ir ali porque era um lugar
tranquilo e a cerveja até que era barata. Carlos disse que saiu para dar uma
volta e acabou decidindo beber por ali.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse acontecimento lhe rendeu um
conhecido, apesar de poder conversar com ele sobre as músicas que escuta ou
livros que lia podia ao menos falar sobre assuntos do cotidiano ouvindo a
opinião de alguém.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A rotina mostra que acumulamos
muito conhecimento sem perceber. Dos acontecimentos banais e histórias que
ouvimos vamos construindo toda uma sabedoria que nos auxilia em algum momento.
Muitas vezes pensamos em construir nosso intelecto em momentos específicos,
porém tem sido extramente necessário quando achamos que estamos perdendo tempo.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-64803973975329041802015-12-11T19:12:00.002-02:002016-07-06T12:57:23.674-03:00Chocolates na vitrinePassando pela rua principal numa tarde fria você vê a vitrine chocolates deliciosos. A mais fina e aprimorada coleção de bolos e bombons, misturando o doce com o amargo. O desejo é enorme por prová-los mas, eles estão além do seu alcance.<br />
Passando pelo parque vendo os cachorros correndo e desejando ter sua energia. Tendo energia de escrever um poema.<br />
Voltando do trabalho vendo os carros correndo pensando numa longa viagem para o norte. Carregando na mochila alguns livros.<br />
Jantando sozinho e olhando para o céu la fora com vontade de ver o eclipse.<br />
Andando pelo shopping contemplando um tênis que poderia servir para correr numa partida de algum esporte que gostava.<br />
Jogando pedras no rio querendo mergulhar mas a ponte é muito alta.<br />
Indo para o trabalho molhado porque esqueci o guarda chuva em cima da mesa. Correndo junto a marquise e as pessoas se protegendo da chuva rindo daquela manha cinzenta.<br />
Caindo no sono e esquecendo de ler aquele livro.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-61281519441338226272015-12-11T19:02:00.001-02:002016-07-06T12:57:23.671-03:00Do alternativo excêntrico<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Antigamente criava uma imagem do
alternativo excêntrico caminhando em busca de algo, para pensar, ou para só
andar. Cortou o cabelo, pensou que não era mais jovem para esconder seu rosto.
Não queria mais impor uma personalidade. Nunca teve muita aptidão nos contatos
sociais, sempre estragava as amizades pelo exagero ou pela ausência, não sabia o
que fazer e nem aonde ir, só sabia quando não gostava, quando era tarde demais.
Ao contrário de sua juventude, agora ele costuma usar os vícios com moderação.
Isso pode ser resultado de outra fase de viver ou uma nova vida dentro de si.
Escolhas ruins trazem experiências interessantes e escolhas melhores. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No verão a cidade ficava cheia de
pessoas e as ruas iluminadas, os amigos apareciam e a bebida também. Era uma
diversão saudosista quando se juntavam no fim do ano e depois ficava uma
ressaca. Sempre se espera acontecimentos mágicos das datas especiais e com
frequência aconteciam desilusões fantásticas. A velha tristeza parece uma
tradição do natal e muitas vezes até agradável.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O clima mágico do natal nos
países nórdicos é completado com o frio, então no hemisfério sul os meses de
junho e julho tem certa fascinação. Nessa época se sentia mais confortável,
pois normalmente é muito quente. A solidão das ruas frias combinava com tragos
de cigarro e uma bebida forte. Em sua introspecção procurava viagens loucas ou
se arriscar pela cidade. Não havendo divertimento o que sobra é esvaziar nossa
mente com algo produtivo ou com qualquer passatempo.<o:p></o:p></div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-6097357307053285562015-09-30T22:48:00.001-03:002016-07-06T12:57:23.668-03:00Y<div style="text-align: justify;">
Eu penso que tudo pode ser resolvido facilmente. Entretanto, você precisa resolver senão tudo irá ficar do mesmo jeito. De fato, isso não é fácil de ser compreendido e aplicado, é preciso muito treino e passar por muitas provas. De vez em quando, lembro de muitos fatos da minha infância que me fazem sentir mal e pensar que sempre vou voltar ao mesmo. Eu sinto que as coisas parecem não sair do lugar porque no passado não deu certo. Porém, tudo que aconteceu me fez perceber coisas muito importantes na prática, estou tentando entender qual sentido meu passado faz para mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
É tão difícil olhar para esse passado como para mim mesmo, por isso tento me imaginar sempre em algum personagem fictício ou num mundo ideal. Consequentemente, fico desanimado quando não satisfaço meus desejos reais. As vezes, é difícil entender quais são meus reais desejos, mas eles acabam se mostrando através de alguma tristeza ou desconforto. Um desafio é sentir confortável na maior parte dos lugares, não se sentir vigiado ou julgado, isso sempre acontece. Uma desafio maior ainda é demonstrar minhas emoções tanto as boas quanto as ruins. É difícil dizer de maneira objetiva que alguém ou algo não me agrada e me irrita profundamente. Tanto quanto, é difícil demonstrar realmente gostar de algo ou alguém, a insegurança sobre os sentimentos dos outros também é muito grande em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eu imagino que isso não seja só uma sensação minha, acho até que é muito difícil para a maioria das pessoas, principalmente homens, demonstrar suas emoções. Por mais liberal que as pessoas possam pensar que esteja o mundo, eu acho que as pessoas ainda estão apegadas a muitos valores tradicionais que as limitam a muitas coisas ou a fazer se sentir culpadas. Porém, não creio que as tradições sejam um grande problema, se conseguirmos raciocinar quais objetivos de cada hábito de um povo existir poderemos nos sentir melhor. Sinto que este texto é muito direto e isso tem sido uma coisa que fiz pouco na vida, senti uma necessidade de mostrar algo bem claro. Apesar de que lendo os meus textos mais antigos percebi que dizia muitas coisas de maneira subjetiva e insconcientemente. Ao mesmo tempo me dei conta como foi torturante tentar dizer algo da maneira mais indireta possível, acabava me deixando bem insatisfeito, mas acredito que assim seja o processo. Obrigado.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-44020206559118087462015-08-26T22:18:00.001-03:002015-08-26T22:18:24.008-03:00Mar<div style="text-align: justify;">
Mergulhei e senti de todos os lados a água fria, aos poucos meu corpo foi se acostumando com a temperatura e me senti bem ali. Percebi que não se chegava ao fundo tão rápido, que a água determinava limitava os movimentos e enriquecia as sensações. Quando se chegava ao fundo, via sempre coisas únicas que fascinavam, mas logo tudo passava e aumentava a ansiedade de voltar a estar lá. Com o tempo percebi o tempo do mar e foi acostumando a respeitá-lo e ficando com a marca do seu sal. Mas sempre era pego de surpresa, e ao sair molhado da praia percebia que amanhã começaria tudo de novo. Ja não pensava mais em tempo e nem sentia mais obrigação de velejar, muitas vezes o mar só estava em quadros no meu quarto, ou num oceano de emoções. Meu contato com a água sempre foi volúvel, uma paixão que marca, que dói e que volta. Escondi minhas intenções e mergulhei muitas vezes a noite, compartilhei minha solidão ou lhe usei de pretexto a algumas companhias. Não queria tornar o mar poético, pois seria sim sedutor. Quis ensinar a lição a outros, mas sabendo que seria em vão. Tinha necessidade própria de compartilhar o conhecimento dos perigos que a vontade nos causa, mas sabendo que todos tinham direito de correr o perigo de sonhar, de arriscar a se afogar, não posso controlar a sorte de outros e também não ficar agustiado por temê-la, então tive de aprender a dividir o mar.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-51112517590625667402015-06-19T23:04:00.002-03:002015-06-19T23:04:58.343-03:00A cor das pérolasEstava ela a andar pelas ruas do centro de sua cidade com saia lápis preta, um blazer de lã xadrez e uma echarpe branca de cetim. Passou pelo starbucks e comprou um café e foi bebendo no caminho ao trabalho. Quando chegou em sua sala organizou uns processos e despachou o que pode, queria ir embora logo mas ao mesmo tempo não tinha o que fazer depois do trabalho, por isso sua pressa era sem fundamento, mas também aquilo não a divertia depois de uma semana inteira mexendo com burocracia jurídica. Guardou suas coisas, despediu de algumas pessoas e foi embora. Andando com muita pressa quase esbarrando nas pessoas ou sendo esbarrada pelos outros talvez com mais pressa ainda. Quando chegou no metrô sentou e buscou um livro em sua bolsa, de repente viu na etiqueta de sua bolsa escrito cor branco nacarado. Pensou o que seria nacarado, pesquisou no dicionário do seu celular e viu que se tratava da cor das pérolas. Apesar de gostar de algumas jóias ela nunca tinha reparado muito em pérolas, achava-as muito clássicas demais. Leu algumas páginas do seu romance pós-moderno, gostava da irrealidade tão concreta da ficção. Achava a rotina superficial demais. Havia também desistido de poetizar a vida e queria só ser previsível no que restava desse dia. Chegou em casa e fez um belo macarrão para si mesma, aproveitava sua vida solitária enquanto podia ser chata só consigo mesmo ou beber uma taça de vinho branco sozinha. Atendeu um telefonema de amigos e parentes antes de dormir, isso fazia a sentir que ainda era um ser humano, e talvez melhor também. Regou suas plantas que por felicidade ainda estavam bem apesar de não ser tão atenciosa com elas. Começou a fazer mil planos para o fim de semana mas acabou dormindo.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-75838497031745228412015-03-17T00:46:00.000-03:002016-07-06T12:57:23.676-03:00Preferir contradições?Estar seguindo uma direção, saber bem como quem você é. É assim que todos vivem, seja numa cidade pequena isolada praticamente do mundo numa metrópole com múltiplas conexões e relações socais com todo o tipo de pessoas. O garoto e sua juventude, com sua visão bem idealista de tudo, surfava no status quo, sabia o que fazer e se afirmar negando seu ser. Sabe quase nada de política, na verdade sabe muito, um prazeres da alma pós-moderna é mostrar não saber de nada, não ter certeza de nada, passividade poética e discussão por assuntos banais, descarregar fúria em banalidades ou objetivos não reais tipo jogos de futebol, lutas livres ou masturbação, não que não tivesse pseudo-namoradas. O herói pós-moderno, pós-anos2000, pós-orkut... Um herói, ou um ídolo, ou um padrão comportamental, uma experiência social. Saber muito sobre algo não determinava solução para sua vida ou satisfação por isso fingia que não entendia e vivia de acordo com que pensava ás vezes, muitas acabava desviando, não se sabe se por suposta contradição ou pelos instintos. Tinha uma relação tinha amigos que passava do limite entre a heterossexualidade e a homossexualidade, porém de forma consciente, de que brincava com o amor, que tinha pelas pessoas, ou do amor que queria compartilhar e viver, que não conseguia carregar consigo, mesmo assim já fora chamado de homofóbico, estranho para ele, não sabe se é ignorante ou mal informado. Decidi estudar, fica sem trabalhar, vira um jovem sem rumo, mesmo com mais informação do que nunca. Decidi trabalhar, de tanto se conscientizar em ter conhecimento e evitar futilidade e hedonismo da sociedade da informação decidi satisfazer seu, faz academia todos os dias, usa brinco e tem cuidados estéticos, acabou sendo identificado como mais masculinizado mesmo entrando no universo dominado pelas mulheres. Arranja um trabalho braçal, repor estoques de supermercados, é o primeiro êxito de um universitário em administração no setor de logística. Num trabalho hétero-normativo tem seu primeiro amigo gay, do mundo gay descobre que definir alguém como ativo ou passivo é tão fácil quanto definir o partido dos trabalhadores com esquerda ou direita. Imagina ele que isso tudo ele poderia ter vivido no município de Araripe ou no bairro da Bela Vista, mas estava em Boa Vista. Ainda sobre política foi chamado de reaça ao mostrar um cd revolucionário do Lobão que ganhara do sua namorada que foi para o Paraná, lembranças fazem nos fazer a melhor vista de um paisagem, por mais cinza e triste. Sua vida mudava as regras sempre que pensava saber como viver ou se acostumar a rotina, sempre tinha opinião firme em tudo até se pegar fazendo outra coisa, nunca pensou comer macarrão ao mesmo prato de arroz e feijão, sentia isso um pudor. Pudores que como em outras coisas lhe constrangiam e o atraiam. Atração levou sua vida de paixão em paixão.Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-414087128287092394.post-84314137147271904342015-01-11T00:11:00.003-02:002016-07-06T12:57:23.682-03:00KennedySalão festivo cheio de cores, de humor, sabores, bebidas. Risos, alegria e tédio preguiçoso. Mesmo assim não estava nem um pouco alegre ou contagiado. Aquele clima, de estação quente, de sorriso contido desenhado na face, o dele de cara distante. Com muito sono da vida, andando pelo local, fazendo suas obrigações, aliás tudo queria era isso obrigações a fazer, ser necessário prestativo, pois não queria estar a lazer ali como todos estavam, não que não gostasse das pessoas ali, talvez só estivesse chovendo por dentro, o que era natural, o tempo muda a todo tempo. Queria estar dormindo, talvez se estivesse numa cama, não estaria, só tinha aquele sentimento de fazer alguma outra coisa que provavelmente não faria, ainda bem que estava ali então, perfeito, estava muito feliz dessa maneira: chuvoso, entediado e com sono, ainda bem que bebera café algumas horas antes. Ainda bem que caminha em parques e praças algumas semanas antes. Estava na verdade afundando nas suspeitas de suas não habilidade e em ser ou querer nada, ou de estar tudo meio errado. Tinha a sensação de seu lugar comum estar muito longe dali, talvez em outra dimensão ou outra época, tudo lhe parecia errado, anti-ético. Estava apenas a apreciar o movimento, o decorrer do dia (dos dias), do mundo andando por si só como se estivesse fora deste e tivesse deixado o roteiro de sua vida engavetado, como se tivesse tomando e fazendo barulho com canudinho caldo de cana no sol a pino das duas da tarde no meio do expediente. Tanto que este personagem deveria ter mais ação para um conto, pois se estivesse num filme este só teria uma cena com uma longa narração até aqui, ou na verdade ele estaria assistindo outro filme. Talvez ele fosse mais importante do que isso, mas o negócio era que estava meio desanimado demais para protagonizar algo, na verdade tem muitas pessoas que passam o dia inteiro andando de meia pela casa (dias importantes), porque isso seria ruim, talvez, depende da meia.<div>
Seus pensamentos ainda tinham algo de prazer, de vivo, de florescente. Alguns sonhos ainda, na verdade realidades, supostas realidades, medo de seguir em frente, extrema cautela. Seu programa ideal de fim de semana era sempre substituído pelo que fosse mais seguro, não ousava mais, apostaria só se valesse a pena, mas sem medo do dinheiro perdido, mas esse desapego mesmo assim não o faria correr atrás de algo que simplesmente não fosse a melhor coisa do mundo para si. Coisas impressionantes acontecem de forma ordinária, corriqueira, no meio de vários acontecimentos inúteis, inúteis porque o são visto assim porque alguém às vezes enganosamente. Ele tem de suas paranoias, de suas fantasias, que achar que tudo pode estar acontecendo por uma mágica razão que lhe satisfaz, uma ilusão quase bêbada. Mas às vezes as coisas acontecem estranhamente, talvez por acaso. Ele esperava que fosse centro da atenção de tal pessoa, mas esperava isso no meio de sua prepotência. Porém quando lhe fixado o olhar, imaginou ser normal, lógico, estavam olhando para ele, mas, fixou o olhar e ficou, ficou, e ele olhou, e queria mesmo olhar, e viu que isto estava fora até do que lhe havia previsto, ou imaginado. Naquele olhar se sentiu observado por dentro e ao mesmo não viu mais do que um olhar, olhar belíssimo, surpreso, mas nada mais. Mas era isso o que esperava e o que admirava, desde há muito não sentia essas pequenas sensações de tudo fazer sentido.</div>
Alex Carvalhohttp://www.blogger.com/profile/05182477461326650094noreply@blogger.com2