quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Facilidades cotidianas

Um teste, uma desculpa, um pretexto, uma escolha aleatória para uma facilidade cotidiana. A rotina nos faz pessoas automáticas que executam as mesmas tarefas sem pensar. Uma pessoa que tem os mesmos desgostos automáticos e não ouve a opinião diferente da sua da pessoa que está a sua frente se esforçando para tentar lhe mostrar algo. Algo que nem ela mesma sabe, que ela esta tentando construir com você, esse momento de sabedoria, de descoberta, e você não presta atenção, não recua por um momento das suas certezas, das suas verdades relativizadas por Hegel.
O músico toca a mesma canção em seus concertos, aquela única que fez mas sucesso, mas que menos lhe representa algo. Seus sentimentos profundos estão perdidos naquela faixa do álbum que toca e ninguém percebe. Talvez alguns a ouçam e pensem o que não quer dizer. Às vezes nossos pensamentos devem ser expostos mais claros, porém nem ao menos nós mesmos sabemos claramente o que sentimos, ficamos perdidos no significados daqueles sonhos mais confuso que um filme alternativo. Nossas emoções não se decifram de maneira racional e cartesiana. Nossas emoções muitas vezes são explicadas por dias de fúrias repentinas que nos prejudicamos ou naqueles momentos de tristeza que deixamos de ir naquela festa que queríamos tanto.
O cidadão que respeita os contratos sociais e a ordem estabelecida rejeita formalmente seus amores em nome da justiça e legalidade. Ele esquece dos seus sonhos e foca na execução de tarefas repetitivas no seu dia a dia, buscando a perfeição e banalização delas. Mas seus sonhos são sonhados à noite, disfarçados em meio a cavalos aparecem no meio dos carros de uma avenida movimentada e de repente está em outro país conversando em qualquer língua, nossos sonhos tão possíveis quanto queríamos que os fossem.