segunda-feira, 20 de junho de 2016

Garota inglesa

Aquele menino jogava pedras na árvore na tentativa de conseguir degustar algumas amoras que tivesse a sorte de apanhar. Ele e outros garotos faziam isso no intervalo da escola, isto lhe rendia como preço algumas manchas vermelhas em sua camiseta branca de uniforme escolar. Embora todas as amoras fossem doces, sempre haveria uma esperança que a próxima teria o melhor sabor que pudesse experimentar. Por vezes era difícil de perceber a fruta pendurada nos galhos, pois naquele horário do dia fazia sol e lhe ofuscava a visão. Mesmo assim o sabor de uma amora doce lhe era recompensador.
- Sabe Hugo, outro dia vi um filme de uma garota que morava em numa casa muito rica na Inglaterra e fugia de lá em busca de um rapaz que se apaixonara, mas se arrependia e acabava trabalhando para se manter até que descobrisse o verdadeiro amor.
- Mas quem iria largar uma família para ter que trabalhar para sobreviver?
- Bem, eu me pergunto se isso seria mesmo possível.
Bem, naquela época grandes questões não lhe ocupavam muito a mente pois eles tinham outros planos para o dia como escalar árvores, apostar corridas e observar os insetos.
Foi embora, no caminho de casa observava o batalhão da polícia que próximo a sua escola. Tinha certo fascínio por policiais e soldados, acho que seria aquela visão de infância que comparava uniformes as super-heróis. Passou na loja de doces e comprou chocolates e algumas balas, naquela época os doces eram realmente baratos. Chegou em casa e comeu seu almoço e depois ficou deitado olhando pela janela onde via o céu alguns aviões passarem. Na televisão passava o telejornal onde nenhuma notícia lhe tirara a atenção.

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