terça-feira, 17 de março de 2015

Preferir contradições?

Estar seguindo uma direção, saber bem como quem você é. É assim que todos vivem, seja numa cidade pequena isolada praticamente do mundo numa metrópole com múltiplas conexões e relações socais com todo o tipo de pessoas. O garoto e sua juventude, com sua visão bem idealista de tudo, surfava no status quo, sabia o que fazer e se afirmar negando seu ser. Sabe quase nada de política, na verdade sabe muito, um prazeres da alma pós-moderna é mostrar não saber de nada, não ter certeza de nada, passividade poética e discussão por assuntos banais, descarregar fúria em banalidades ou objetivos não reais tipo jogos de futebol, lutas livres ou masturbação, não que não tivesse pseudo-namoradas. O herói pós-moderno, pós-anos2000, pós-orkut... Um herói, ou um ídolo, ou um padrão comportamental, uma experiência social. Saber muito sobre algo não determinava solução para sua vida ou satisfação por isso fingia que não entendia e vivia de acordo com que pensava ás vezes, muitas acabava desviando, não se sabe se por suposta contradição ou pelos instintos. Tinha uma relação tinha amigos que passava do limite entre a heterossexualidade e a homossexualidade, porém de forma consciente, de que brincava com o amor, que tinha pelas pessoas, ou do amor que queria compartilhar e viver, que não conseguia carregar consigo, mesmo assim já fora chamado de homofóbico, estranho para ele, não sabe se é ignorante ou mal informado. Decidi estudar, fica sem trabalhar, vira um jovem sem rumo, mesmo com mais informação do que nunca. Decidi trabalhar, de tanto se conscientizar em ter conhecimento e evitar futilidade e hedonismo da sociedade da informação decidi satisfazer seu, faz academia todos os dias, usa brinco e tem cuidados estéticos, acabou sendo identificado como mais masculinizado mesmo entrando no universo dominado pelas mulheres. Arranja um trabalho braçal, repor estoques de supermercados, é o primeiro êxito de um universitário em administração no setor de logística. Num trabalho hétero-normativo tem seu primeiro amigo gay, do mundo gay descobre que definir alguém como ativo ou passivo é tão fácil quanto definir o partido dos trabalhadores com esquerda ou direita. Imagina ele que isso tudo ele poderia ter vivido no município de Araripe ou no bairro da Bela Vista, mas estava em Boa Vista. Ainda sobre política foi chamado de reaça ao mostrar um cd revolucionário do Lobão que ganhara do sua namorada que foi para o Paraná, lembranças fazem nos fazer a melhor vista de um paisagem, por mais cinza e triste. Sua vida mudava as regras sempre que pensava saber como viver ou se acostumar a rotina, sempre tinha opinião firme em tudo até se pegar fazendo outra coisa, nunca pensou comer macarrão ao mesmo prato de arroz e feijão, sentia isso um pudor. Pudores que como em outras coisas lhe constrangiam e o atraiam. Atração levou sua vida de paixão em paixão.