terça-feira, 23 de abril de 2013

Carcereiro

Me deram motivos para carregar essa culpa pelo crimes cometidos contra a sociedade, me deram a culpa pelos crimes cometidos contras as pessoas, me deram a culpa pelos crimes cometidos por fome e por dinheiro, por diversão, por paixão. Me deram a culpa pelos crimes cometidos por ódio, me deram a culpa pelos crimes cometidos por tédio, me deram a culpa pelos crimes cometidos por não aceitar as leis, me deram a culpa pelos crimes cometidos contra a não aceitação desse crimes, me deram a culpa pelos crimes cometidos contra a natureza, me deram a culpa contra os cometidos contra a moral, me deram a culpa pelos crimes cometidos contra os costumes, me deram a culpa pelos crimes cometidos contra os hábitos, me deram a culpa pelos cometidos pelo prazer, me deram a culpa pelos crimes cometidos contra a saúde.
Culpado estou, e me deram a punição. Me deram muitas punições e me cobraram sua aceitação. Me deram as punições e não cobraram minha mudança, quiseram ver eu sofrer a punição e nada mais e abandonaram o caso e se mais crimes cometi não se interessaram. Depois disse os crimes não foram significaram da mesma forma para mim e me ensinaram que estes não proibidos, só criticados de vez em quando.
Agora escolheram outras regras, outros crimes de que não sou perdoado. Estou proibido de não seguir a moda, de não ler os jornais, de não assistir televisão, de não seguir o trânsito, de não criticar o que todos criticam, de não demonstrar emoções vazias, de não amar ou odiar algo, de não participar de todo esse barulho.
Me deram a chave e não disseram como usá-la. Havia lugares que ninguém mais se interessava, sensação que não havia nos outros lugares. Porém vazio esse lugar parecia triste, mas parecia tranquilo, parecia frio mas parecia livre.

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