segunda-feira, 22 de agosto de 2011

mulher propõe que prefeito viaje a lua (fictitious)

Nessa semana foi encaminhado um pedido peculiar a câmara dos vereadores da cidade de Primavera Nova. A senhora Carmen Aparecida do Rosário é uma moradora do Jardim Vale das Laranjeiras, pedagoga aposentada com 65 anos. Nesta quinta ela se dirigiu ao câmara dos vereadores com um pedido formal para que o prefeito Valdomiro Valoroso Aguiar (PTB) fizesse uma viagem à lua com financiamento municipal. Todos ficaram espantados com o projeto da senhora, e a história acabou virando piada no Paço Municipal.O presidente da câmara dos vereadores disse que o projeto foi arquivado respeitosamente mas não tinha condições nem de ser votado tamanha a sua peculiaridade e mesmo por o município não ter verba suficiente para tal empreendimento. O prefeito Valdomiro ficou curioso com a idéia e disse que tem até vontade de ir a lua sim, mas ainda não consegue entender como isso possa ajudar a cidade.
Questionada sobre o assunto pela reportagem deste jornal hoje a tarde, Dona Carmen alegou o seguinte:
"Eu acho que o prefeito deva ir à lua pois só assim ele vai compreender de uma maneira diferente e possivelmente melhor como funciona a nossa cidade, a sociedade e mesmo o mundo, assim ele saberá melhor administrar esse município e sendo um exemplo para outros locais. O que a gente vê hoje é os políticos aplicando projetos e mais projetos para a sociedade que não ajudam em nada ao povo pelo simples fato de eles não terem uma visão antiquada do mundo."
A população da cidade também achou o projeto muito estranho e duvida da sanidade mental desta senhora. O comerciante José de Assis Casamayor (61 anos) declarou o seguinte:
"Essas coisas são para aqueles astronautas americanos, uma cidade que nem a nossa não pode ficar gastando dinheiro dessa forma, nem se o tivesse."
Se Dona Carmen está fora de seu juízo perfeito ou não é difícil saber, mas o que sabemos é que por enquanto a possibilidade de uma viagem ao espaço nem ao nosso país em desenvolvimento chegou ainda.

Gazeta da Província, 15 de maio de 1994.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

vôo aberto

Sair por aí e ser o mais livre possível, você tem meu coração, vamos estragar nossa alma com um pouco de nós mesmo. Conflito interno entre qual lado seguir nisso, na ficção ou na divagação. Caos momentâneo super organizado que pra mim não tem nada de novo e nem extraordinário, a cor da paixão poder ser um cinza. Artistas cantando covers parecendo a melhor coisa de nunca.
Mauricie saiu pela rua chutando latas de lixo e pulando com uma garrafa de Martini na mão porque não era dos que bebiam muito, fez isso na madrugada deserta porque não era um vândalo e morria de medo da polícia, só queria ouvir o barulho das latas e morria de medo da polícia ou de qualquer um que o pudesse o repreender, mesmo no twitter no dia seguinte, toda uma mistura de coisas estranhas não declaradas. Escondia ao mesmo tempo seus filmes eróticos e seus livros místicos, era tão vergonhoso um como o outro pra ele, por isso se fascinava por coisas não convencionais e de pessoas que iam além e tinha lá suas extravagâncias também e que respeitavam as pessoas antes de a repreenderem ou serem autoritárias com elas.
Depois da euforia sentou no meio fio, numa rua onde se sentiu o mais seguro possível e ao mesmo tempo solitário e sozinho, o bom de ser solitário é poder ficar sozinho. E ficou amargo, muito bem e amargo, bem Portishead, um sol queimando seu rosto no dia que sentia a dor a noite, como poderia ser tão bom e ruim o dia e a noite. Um podia ser quente demais e outro frio demais. Ele gostava de ruas que pareciam perigosas mas onde passavam mulheres, porque se passam mulheres é sinal que o lugar tem alguma segurança ainda, é como se você visse flores num campo e imaginasse que ali há vida.
Este garoto se sentia que sempre batia em vidraças que nem pássaros que não percebem o vidro que há no vão e tentam atravessá-los, e de repente de forma dolorosa são barrados de uma maneira arbitrária e como se fosse aquilo mesmo, talvez não devessem haver vidraças. Mauricie tirou um cigarro e começou a fumar, lembrou que fumar não era tão bom às vezes, mas pior do que fumar e ter uma sensação ruim é a sensação não ter cigarros, é péssima, porque cigarro é a melhor companhia para solidões poéticas, tragédia romântica. É, ele era assim, muito sem graça, muito parado e nem aí pra nada, perdido na infância, nos anos 90 ou naquela noite muito louca com seus colegas.

Но если есть в кармане пачка сигарет,
Значит все не так уж плохо на сегодняшний день.
И билет на самолет с серебристым крылом,
Что, взлетая, оставляет земле лишь тень.

(Mas se eu tenho um maço de cigarros no meu bolso,
Então hoje não será tão ruim,
E uma passagem para um avião com asas prateadas,
Que irá voar afora, deixando apenas a sombra no chão...)

Пачка сигарет - Кино

sábado, 13 de agosto de 2011

calor distante

Longe está o que eu conheço, o que sempre faz bem. Ficaram longe aqueles que mais valem a pena, estão seguindo em sentido inverso ao que estavam antes, e estou mais perdido do que tudo, não lugar que possa reconhecer mais, de tudo o que saiu do lugar para nada voltar mais. Ainda não me adapto a novos padrões, e sempre esperando que me sonhos sejam atendidos e ainda valorizando a essência das pessoas.
Aprecio a beleza ainda desconhecida e exótica, que é difícil de contemplar, escondida, protegida de todos.

gangster

O um dia sem muito proveito como os velhos tempos, chego num bar, bebo um pouco com os amigos, está tudo do mesmo jeito.
Estando mais vulnerável, sendo atacado por todos os lados, sentindo pior do que eu mesmo.
Mais um relacionamento frustrado, mais uma pessoa que te iludiu.
Arte, procurando em músicas e quadros, mais uma saída para sua vida que não era nada disso. O cigarro queima e marca seus dedos, te segura um pouco nesse mundo entediante.
Jean chega da escola, passa pela rua e se admira com os marginalizados jogados pela rua, os acha um perdidos e fracassados, mas tem algo tem algo que o cativa nesta vida. Faz suas atividades super importante durante o dia, e ainda não orgulha de si mesmo apesar de todas medalhas, tem algo de muita errado com ele e com tudo.
Sai com seus amigos pela noite, causando o caos em suas mentes, incomodam toda a cidade e os cidadãos que tiram seu fim de semana, ficam embriagados todas as noites e chegam próximos da vida marginal mas sempre por uma noite e depois voltam para suas bem sucedidas falsas vidas.
Comenta com seus pais sobre seus planos, e mata a aula do cursinho, sabe que vai se da bem se quiser em qualquer coisa que trabalhe, mas vê um futuro sombrio para sua vida, odeia toda a vida cotidiana da cidade, quer quebrar as vitrines das lojas, quer chutar os policiais, estragar festas de aniversários, porém faz tudo como manda a moral, escapa só em algumas noitadas, aprendeu com os rebeldes do passado e com a sociedade e ser tão poder quanto qualquer moralista religioso.
Jean participa de orgias regadas a muito sexo no sábado e logo depois está no almoço de família de domingo, todos gostam dele e ele de ninguém, seus sonhos foram já contaminados por tipo hipocrisia e não mais segue em frente, viaja na sua mente todo o tempo e vive o que quiserem lá fora. Espera o joguem num lugar desconhecidos e tenha uma solidão imensas com alguns desconhecidos e esqueça da vida que não sabia viver apenas obedecer.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

J R R B

Distante como o oceano
Amargo humor que assusta
Feliz eu me engano
Com cada uma de suas disputas

A lua que sempre protegeu
Nas noites tem me iluminado
Porém longo se escondeu
E deixou mais um desabrigado

O sol está mais forte esse ano
Tudo condena e detesta
E não sinto seu calor cotidiano
Frio e solidão é o que resta

Sua proximidade o enfraqueceu
Foi vítima do próprio pecado
Mente e diz que não venceu
E mais um coração tem cortado.