quarta-feira, 6 de julho de 2011

Já tive verões melhores

Começa mais um dia ensolarado naquele litoral, e o nobre James analisa o que lhe sobrou para esse ano, permanecer sozinho em sua casa gigantesca administrando suas obras, sua fábrica de vinhos. Um empresário e um artista ao mesmo tempo, difícil achar tão grande completude em um homem daquela classe, pois empresário eram muito frios e artistas irresponsáveis e decadentes. Mas este tinha alcançado o equilíbrio. É, mas isso não estava claro para ele, seus amores estavam meio distantes, por mais próximos que estivessem, mas na verdade estavam longe fisicamente mesmo nesse momento. Conversava ele todas as noites com sua solidão regada a um belo romantismo intrínseco de sua alma.
Decidiu que nesse verão, podia estar um passo da queda, mas não iria abandonar suas paixões, suas apostas que eram insanas para o "mundo" e correria com sua velocidade máxima. Provou belos sabores algumas noites no vilarejo, viu que havia alguma coisa ainda que podia lhe fazer sentir vivo e forte, viu o desconhecido tão belo, tão caótico, tão feito pra ele, que se tivesse desenvolvido um trabalho minucioso durante muitos anos só pra ele e lhe fosse apresentado assim de repente num dia só.
Isso foi o máximo para sua estima, para seu rosto, sua epiderme. Correu mais uma vez, foi andar a cavalo, coisa que não fazia a muito tempo, mesmo sendo isso uma de suas paixões, mostrava o grau de abdicação que ele estava dele mesmo. Aquilo que acontecera naqueles dias realmente o havia despertado, tomara a bebida mais alucinante e forte possível. Está feliz tanto nem o se dava conta ou mesmo ligaria para isso, sentia inatingível.
Porém, sua vida é feita de compromisso, nesse exato momento ele via que tinha de tomar decisões, na verdade achava que tudo já estava determinado a partir desses acontecimentos, mas ainda sim via pra onde ia andar tudo isso e tendia a ficar inerte, queria não mover um músculos, dizer uma palavra, ao mesmo tempo isso seria devastador e revolucionário. Se quisesse que tudo ficasse do mesmo jeito deveria agir como antes, mas agora nada mais disso tinha sentido, isso foi amargo comparado com a nova sensação.
Decidiu então mudar o cardápio, e provou do que sempre teve receio de, e viver como se finalmente fosse sua essência. Isso ainda seria uma questão de hábito. Ao mesmo tempo descobriu que deixasse a si um pouco fora de controle não iria ladeira abaixo como sempre pensou, parece que tinha alguém, algo, a conduzir, te segurar.
Ao mesmo tempo, viu que ele era muito bom em algo que nunca pensou que fosse, quando ouviu: "E a minha segurança?". Por mais que não tivesse a mínima segurança em si e proteger alguém, por mais que quisesse ficar submetido, sujeito a tudo, quando ouviu aquelas palavras seus olhos brilharam e sabia que tinha alguma, muita força, quando necessitada. Mesmo não sabendo como agir, apenas consentiu em desempenhar aquele papel.

Um comentário:

  1. mto bom o desenho e as cores, me lembram um pouco o Impressionismo, acho qe se tivesse uma cor forte como o vermelho,em alguns espaços em branco (ao fundo)daria um "choque" na harmonia. rsrss mais esta mto bom!!!

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