sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Talvez eu realmente não queira saber como seu jardim floresce

Tudo parece tão errado aqui de dentro, tão perigoso. Estou aqui preso mais uma vez na minha casa, cheia de neve lá fora, no terror que se torna essa parte da Rússia no inverno.
Está sentado o garoto em sua casa, enquanto seu pai e sua mãe trabalham e ele, inventa o máximo de coisas pra se livrar do tédio...
De manhã, há de cortar uma boa lenha para fazer seu almoço... Sua casa fica na cidade mas, como o gás é caro, seus pais preferem usar lenha. Quanto pior melhor.
Nikolai, gostava de esculpir madeira, mas isso ele achava banal... O que lhe fascinava mesmo era a siderurgia, achava impressionante como construir as mais fantásticas coisas através de ferro e fogo. Porém isso não era pra ele, um cara como ele deveria seguir nas áreas humanas, das artes ou da informática, porque é o que há para os russos no momento, quanto mais delicado e aprimorado seu trabalho mais você era reconhecido, ele não, queria quebrar tudo e construir a coisa mais impossível. Talvez ele preferisse ser operário do que um engenheiro, estava no sangue, mas seu caminho apontava pra outro lado. Um mundo de sarcasmo e ironias que ele não sabia como agir.
Conhecia-o ele, grandes autores, grandes maestros, grandes cachorros mas, isso deixava ele tão no gueto quanto qualquer traficante precoce.
Lhe interessava a natureza, natureza das coisas, até a natureza humana... Mas o desapego ao ser dos últimos tempo ou o valor pela despersonalização...
Pelos mesmos ursos de pelúcia, até mais...

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