domingo, 31 de outubro de 2010

meia dose de whisky

Sair agitado com a tortura de não poder torturar ninguém, completamente. Ia escrever de algo que não consigo me lembrar de jeito nenhum, só como é fácil apagar algumas lembranças momentâneas com uma dose de algum destilado.
Vejo os carros passando... não estou vendo nada muito certo...
Conforme o nível do líquido vai descendo no copo, minha dor de cabeça diminui também e me importo menos com o que não está acontecendo mas, queria que estivesse de outro jeito, não precisando de gosto amargo na minha boca.
Devia escrever mais e mais criativo mas nem sei porque estou escrevendo e porque não estou, realmente giovane, ouvir the xx para escrever é muito bom. Realmente às vezes sou muito auto-destrutivo, cara pra que mudar os acentos das palavras, ridículos, fico sempre em dúvida com esse negócio.
Então, ele tem 52 anos e bebe sem parar, já faz uns cinco anos que esqueceu o queria esquecer mas sabe que tem que continuar bebendo pra não lembrar. O que ele tem que esquecer? Esquecer que ama muito algumas pessoas, que ama muito tudo, as luzes, a cidade, os cavalos mas, ele foi morar numa torre a 500m do chão, onde vê as coisas muito pequenas e deslumbrado, mesmo assim, teve que começar a beber demais porque às vezes pela manhã, sentia tanto prazer em tudo que queria se jogar da torre. Dedicou sua vida a pintar quadros das coisas mais abstratas possíveis e bebia muito para não deixar se levar pelo deslumbra de tudo.
Assim, foi. Fazia sexo de vez em quando, ia pra alguma cidade distante onde não te conhecesse e pegava garotinhos, estilo de vida dos gregos e do oscar wilde. Essa gente aí é doente e muito talentosa e competente também, footsteps on the dancefloor. Ainda bem que não dá pra sentir o cheiro de álcool nos quadros ou ver o sangue de suicídio em algumas músicas. Porque aquele garçom que trabalha meia noite no mc donalds tem os olhos vermelhos demais e está sempre enérgico, não sei, talvez esteja chorando por ser vegetariano e trabalhe lá ou esteja cheirando muito...
Tá estranho, tô estranho, não quero falar do que me incomoda, vo falar disso aê mesmo.
É, todas as noites sentindo uma bela de uma angústia, ainda bem que sempre romantizei a decadência senão ia pensar que estava regredindo, sei lá, ordem dos fatores, acho que às vezes penso de maneira bem pessimista, bem positiva, bem coerente com a relva comida pelo cavalo no cair da noite.

2 comentários:

  1. "já faz uns cinco anos que esqueceu o queria esquecer mas sabe que tem que continuar bebendo pra não lembrar."
    isso se coincide muito comigo
    Beber serve para isso. Eu quero esquecer momentâneamente tudo aquilo que não consigo quando estou sã
    e the xx é uma grande inspiração, fazer sexo não faz a diferença.
    Peraí, tô bem loka. Agora são 5 da manhã...

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  2. Essa gente aí é doente e muito talentosa e competente também, footsteps on the dancefloor. Amém. você escreve de um jeito apaixonante, bêbado.

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