segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amor de plástico

Camila, estudante de direito tardia, 25 anos, eis que deixa o quarto de hotel, vestida com uma peruca sintética azul anil, cobrindo seu cabelo comportado médio e preto. Ela vai para balada selvagem como outra mulher, alguém impossível de existir para quem a conhecesse, com seu jeito rígido, austero e autoritário. Desse maneira, ninguém poderia imaginar que ela poderia se render aos encantos de diversão gratuita nos modismos casuais urbanos. Bem, a justificativa seria ela estar longe de sua casa, de sua cidade. A pretexto de visitar certa metrópole, pode descansar um pouco de sua vida e curtir identidade anônima. De táxi, ela se dirige a uma balada psicoativos e libertinagem, prefere descer algumas ruas antes e seguir o caminho a pé, que ser o mais solitária e livre possível.
Apesar de sempre querer melhorar sua imagem perante os outros, é certo que a pessoa mais exigente consigo era ela mesmo. Fugindo de sua vida, fugia dela mesmo e não via a hora disso. Seu moralismo, valores, etiqueta e ética nesse momento pressionavam mais ainda pela vida selvagem de qualquer beco escuro.
Chegou no bar, escuro e cheio de fumaça de cigarro e uma banda muito barulhenta tocando ao lado. Tudo parecia improvisado ou propositalmente improvisado lá. Sentou no balcão e pediu uma vodka, queria sem gelo, mais com gelo mesmo. Matou esta dose depois de uns 15 minutos decorridos entre alguns garotões tentarem a sorte com ela. Bem, mas essa noite ela não queria ninguém com barba e nem que lembrasse de longe terno, igreja ou família. Agora sua vodka vem com suco de morango e encosta um garoto que pelo visual quase andrógeno diminua sua idade que não muito distante da idade dela.
Deu uns amassos dele no final da noite e fez um sexo possível para o local...
Bem, Camargo, adorava sua boneca inflável. Poderia fazer o que quisesse com ela. Porém o mais fascinante era a praticidade da tal, depois de usá-la, dobrava, amassava, apertava em qualquer local e a escondia ou apenas guardava e não a via, só quando queria. Para ele uma pessoa que o satisfizesse-o por completo deveria ser tratado com um objeto, por isso mesmo ele usava um objeto para vontades lúdicas. Esse desprezo, pode até satisfazer algumas pessoas. Bem, sua namorada era muito bem tratada, eram um casal formal, presente e responsáveis um para o outro. Interessante a mente desse rapaz que possuía um boneca de plástico, não combina com sua vida, orgulho, status, visual, pele, cabelo. Essas coisas pervertidas são coisas de maduros a partir dos quarenta, que não estão mais nem aí pra nada e com muito libido ainda. É, pelo menos é o que era pra ser?
Estranho é esse sentimento de plástico (atual, compacto, adaptável). Bem conveniente para poucas situações, para amantes, para motéis no fim da tarde, ou simplesmente para sua mulher de 20 anos de casados que você nem sabe mais porque ela ainda está do seu lado como se entendesse alguma coisa sobre você. Como é fácil resolver as coisas neste exato momento, com um sorvete ou com uma cerveja, um sexo oral até para os mais ousados ou com problemas maiores.

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